Segurança

Adolescente diz ter matado por engano

Rapaz de 16 anos teria como alvo outro garoto, que tinha tentado assaltar a mãe dele.

Apresentou-se na Delegacia de Proteção à Mulher, Criança, Adolescente e Idoso de Criciúma, na manhã de ontem, o adolescente de 16 anos acusado de matar outro garoto de 17 na última quinta-feira, no Bairro Paraíso, na região do trilho. O acusado foi acompanhado da mãe até a delegacia especializada para prestar esclarecimentos sobre o homicídio. Ele confessou o ato e contou que matou por engano.

Segundo o delegado que ouviu o menor, Danilo Bandeira Valdetaro, durante o interrogatório ele justificou o assassinato por engano como vingança. “Teria acontecido uma tentativa de assalto tendo como alvo a bolsa da mãe dele. Porém, o garoto contou que matou o cara errado, e que não era aquela o autor da tentativa do roubo. Foi isso que entendemos da versão por ele contada”, explica a autoridade policial.

Menino de 13 anos estava junto


O adolescente, morador próximo de onde ocorreu a execução, estaria na companhia de um menino de 13 anos no momento dos disparos. O garoto menor se apresentou na delegacia especializada na manhã de sexta-feira, também acompanhado da mãe, e contou a mesma versão ao delegado Márcio Campos Neves. “Com um metro e meio apenas, um menino mesmo, que chamou muito atenção pela aparência infantil, afirmou que estava no momento dos disparos, e que não sabia que o colega estava armado, tampouco que iria cometer um homicídio. Ele motivou o caso também envolvendo a tentativa de pegar a bolsa da mãe do colega”, ressalta Neves, acrescentando que o menino já tem passagens por furtos de carros e motos.

Dupla foi identificada minutos depois

Minutos depois do homicídio a dupla participante já tinha sido identificada. Policiais fizeram buscas na casa do adolescente, mas apenas a mãe estava em casa e contou sobre a história da tentativa de assalto a bolsa, mas não reconheceu a vítima como sendo autor desse fato. “Tem droga no meio dessa história”, acredita o delegado.
No distrito policial havia registro de desaparecimento do adolescente assassinado. A mãe dele só soube do fato na sexta, quando liberou o corpo do Instituto Médico Legal (IML). O velório ocorreu no sábado. A vítima já era conhecida da polícia por envolvimento no submundo das drogas e era morador do Bairro Progresso.

Dois tiros na cabeça e um no braço para se defender


A vítima foi alvo de dois tiros na cabeça e um no braço direito, provavelmente na tentativa de se defender dos disparos. Testemunhas disseram não terem ouvido nenhum barulho de carro ou moto, e que quem havia atirado estava a pé. No bolso dele a polícia encontrou um isqueiro. Homicídio foi registrado por volta das 18h30min, e devido ao horário, reuniu dezenas de pessoas na linha férrea.

A Tribuna