Violência é definida pela Organização Mundial da Saúde como “o uso intencional de força física ou poder, ameaçados ou reais, contra si mesmo, contra outra pessoa ou contra um grupo ou comunidade, que resultem ou tenham grande probabilidade de resultar em ferimento, morte, dano psicológico, mal-desenvolvimento ou privação”.
O tema da violência tornou-se umas das principais realidades a serem discutidas e tem inspirado diversas formas de politicas públicas. Ao longo da década de 90, por exemplo, cresceu significativamente o acesso aos equipamentos e aos serviços privados de proteção. O recurso a esse modelo se deve, entre outras razões, a constatação do fracasso ou da insuficiência dos meios empregados pelo Estado no enfrentamento do controle da criminalidade.
Com isso, a população, cumpridora dos seus deveres, em muitos momentos, está renunciando seus direitos mais básicos, especialmente o da liberdade, já que está obrigada a se trancar em casa, em regime fechado, enquanto os criminosos estão à solta.
Para se ter uma ideia, o Brasil tem 3% da população mundial e 13% dos assassinatos. Em 2016 tivemos no 62.517 homicídios no Brasil. Na Síria, que está em Guerra Civil, esse número chegou a 60.000. Ora, temos mais mortes que um país em guerra. Isso precisa de um fim.
Há outros dados mais alarmantes. Segundo o anuário da violência, de 2016, o número de pessoas negras que foi morta cresceu 46,9%, existindo uma diferença de 158,9% a mais de negros vitimados por armas de fogo. Outro grave problema constatado foi a violência contra jovens: entre os jovens de 15 a 24 anos os homicídios são a principal causa de mortes. Mais da metade dos homicídios no Brasil são contra pessoas entre 15 a 24 anos.
Outra questão gravíssima foi a violência contra mulher, entre 2001 a 2011, ocorreu um aumento muito grande. Com relação aos assassinatos, de homens cresceu 8,1%, já de mulheres foi 17,2%. Aqui ocorrem 2,4 vezes mais homicdios de mulheres que a media mundial. A violência doméstica, em todas suas formas, também cresceu e, nesse caso, na maioria dos casos o agressor é o parceiro.
Ora, segurança pública é obrigação do Estado, através de ações duras contra o crime, mas a segurança também é dever e responsabilidade de todos. Com cidades mais seguras, teremos mais geração de emprego, renda e desenvolvimento social, pois a pessoas querem morar, trabalhar e investir em locais seguros. Por isso, precisamos ter em mente que nos dias atuais é muito importante pensar e discutir o tema, nunca se esquecendo que se não tivermos segurança, não teremos presente e se não tivermos educação, não teremos futuro.