Projeto de Lei foi aprovado em caráter de urgência na última sessão legislativa. Vereadores questionaram ausência de discussão e se mostraram preocupados com a situação salarial dos garis e diárias recebidas por motoristas.
Foto: Adriano Ghellere/Sul In Foco/Arquivo
A última sessão legislativa da Câmara de Vereadores de Cocal do Sul desta terça-feira (19) foi marcada pela discussão em torno do reajuste salarial aos servidores públicos municipais e professores da rede de ensino. Um projeto de lei foi votado e aprovado em caráter de urgência para garantir o pagamento aos trabalhadores ainda neste mês de junho.
A sessão legislativa foi interrompida por cinco minutos a pedido do vereador Marcel Freitas (PSDB). O objetivo era analisar os valores apresentados em comum acordo entre Governo Municipal e Sindicato.
“Não fomos convidados para participar das negociações. Tudo o que foi proposto, foi aceito. Os servidores receberão o INPC de 1,69% e mais 1,69% de ganho real sobre os salários, este último que será pago somente a partir de outubro. Já os professores, receberão 6,81% de reajuste, correspondente também ao INPC. Se dependesse de nós vereadores, daríamos um bom aumento para todos, mas não temos este poder. Vale lembrar que Cocal é a única cidade da região que está repassando ganho real”, comenta Marcel.
O vereador Érik Pereira Zeferino (PC do B) lamentou o valor repassado e destacou ainda a condição de alguns servidores. “Os garis, por exemplo: se colocar na ponta do lápis, quanto representará este aumento para eles? Ganham em média R$ 1,2 mil, enquanto em outras cidades, o salário é de R$ 1,8 mil. Além disso, a diária dos motoristas de ônibus das faculdades é muito baixa. Apenas R$ 15 por dia para realizar a alimentação. É até vergonhoso”, afirma Érik.
E a posição do sindicato na negociação foi questionada pelo vereador Adriano Possamai Della (PSDB). “Esse projeto entrou na Casa ontem e pediram para que colocassem em votação urgentemente para que os funcionários recebessem o reajuste ainda no mês de junho. Temos que fazer um ofício para o sindicato solicitando que este assunto seja discutido bem antes. Agora não temos tempo de analisar e, se não aprovarmos, a culpa é dos vereadores”, conta Della.
Mas, em meio a questionamentos e discordâncias, a vereadora Giovana Galato Santa Rosa (PP), defendeu a proposta de reajuste e cobrou dos vereadores uma discussão antecipada junto aos setores. “Foi a única prefeitura a dar aumento real da Amrec. Reajuste de 1,69% agora e mais 1,69% de ganho real a partir de outubro. Foram aprovados ainda mais R$ 150 de abono de férias, gratificação de R$ 315 aos motoristas do sobreaviso no Conselho Tutelar, além de incentivos aos servidores como abono de ausência de faltas, bolsa graduação, pós-graduação e licença maternidade ampliada”, enfatiza Giovana.
“O oficio do sindicato é da semana passada. Por isso, a importância de anteciparmos estas discussões junto com o sindicato e com os servidores a fim de melhorar a questão das diárias aos motoristas e as cestas básicas. É vergonhoso, porque já foi comentado no ano passado essas situações. Temos que levar esse puxão de orelha para trabalharmos algumas coisas juntos, mas também temos que parabenizar algumas situações”, finalizou a vereadora.
Remoção de carros abandonados nas ruas é aprovada
Ainda durante a sessão foi aprovado o Projeto de Lei que autoriza a remoção dos veículos abandonados em ruas de Cocal do Sul. Segundo o vereador Marcel Freitas (PSDB), a medida evita problemas sanitários futuros.
“Este é um projeto que vem do Conselho Municipal de Trânsito. Os carros abandonados em frente as casas podem virar criadouros de mosquitos e deposito de lixo. É muito preocupante. Eu e o vereador Moisés integramos a comissão e somos favoráveis ao projeto”, destaca. O projeto foi aprovado por unanimidade.