Há opções também em outras regiões do Estado em comunidades quilombolas e assentamentos da reforma agrária
Foto: Divulgação
Com os termômetros nas alturas, fugir dos bolsões de calor dos centros urbanos e pegar o contrafluxo da praia, rumo ao interior, pode ser uma boa pedida neste verão.
Para buscar um respiro junto à natureza, comunidades quilombolas e assentamentos da reforma agrária catarinenses garantem áreas de mata preservada e opções de passeios com visuais espetaculares.
No território quilombola São Roque, localizado na divisa entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul, nos municípios de Praia Grande e Mampituba/RS, os cânions, rios, piscinas naturais e cachoeiras são um convite à visitação.
É possível agendar trilhas com guias da comunidade, que possuem autorização da gestão dos Parques Nacionais de Aparados da Serra e da Serra Geral para realizar o etnoturismo, que alia a valorização da cultura local à visitação.
“Sempre protegemos a natureza e agora levamos as pessoas pelas trilhas e também preservamos nossa cultura, mostramos nossa música, culinária. É a nossa forma de cuidar da natureza que Deus deixou”, conta a presidente da associação da comunidade São Roque, Maria Rita dos Santos. Os agendamentos são feitos por meio do perfil do grupo nas redes sociais.
Para quem não é muito aventureiro, a opção é conhecer a comunidade quilombola Morro do Fortunato e admirar o visual do alto do Morro do Macacu, em Garopaba, enquanto saboreia delícias produzidas ali mesmo. As filhas de Hilário Machado, que deu início à horta e comercialização de verduras, investiram no cultivo orgânico e ampliaram o espaço para receber visitantes e oferecer degustação de produtos artesanais. “Nós estamos com um deck e uma cozinha para servir alimentos e café, um espaço para receber bem as pessoas”, conta Ana Maria Machado. As visitas e eventos podem ser agendados pela página Hilário Verduras Orgânicas nas redes sociais.
Assentamentos
No Extremo Oeste do Estado, o assentamento Tracutinga/Conquista na Fronteira, no município de Dionísio Cerqueira, é referência quando o assunto é cachoeira. Na localidade, trilhas ecológicas levam a quatro quedas d´água, sendo a última uma das mais altas da região. Segundo o Coletivo de Juventude da área de reforma agrária, a comunidade recebe muitos visitantes para realizar caminhadas e acampar.
“As trilhas perpassam os diferentes níveis de dificuldade. São quatro cachoeiras com trilha na mata e a maior dificuldade está no acesso à cachoeira grande, que tem 62 metros de queda. Nos locais de dificuldade moderada a alta, têm cordas que ajudam a facilitar a caminhada”, orienta o Coletivo. O acesso é livre e gratuito, podendo ser encontrado na busca por “cachoeiras do assentamento”, em Dionísio Cerqueira, no aplicativo de mapas.
Em Caçador, no Meio-oeste do estado, a visita ao assentamento Hermínio Gonçalves dos Santos inclui trilha, queda d´água e degustação de produtos orgânicos colhidos no lote dos agricultores Jacemir e Neusa Buffon. “A natureza é impecável. As belezas que ela proporciona são coisas magníficas que não deveriam ser apenas exploradas por seus proprietários, mas estar a serviço da humanidade. Nós temos o privilégio de ter uma cachoeira no lote da reforma agrária e por isso nos consideramos guardiões dessa natureza”, explica Jacemir Buffon. É possível agendar a visita diretamente com o agricultor, pelo telefone (49) 98875-8475.
