Saúde

Vacinação em massa em SC: saiba quais cidades se encaixam nos critérios

Apenas um município catarinense será contemplado com o estudo que foi anunciado pelo governo do Estado na última semana.

Cidade catarinense será vacinada em massa em estudo do governo do Estado – Foto: Freepik / Divulgação

Uma cidade catarinense será vacinada em massa contra a Covid-19. A medida foi anunciada no dia 9 de junho pelo governador Carlos Moisés (PSL), e faz parte de um estudo para entender melhor o processo de imunização.

Para a definição deste municípios, vários critérios são analisados pela SES (Secretaria de Estado de Saúde). Será um município com alta transmissibilidade do vírus, elevada taxa de letalidade e em vulnerabilidade social.

Além disso, de acordo com o secretário André Motta Ribeiro, tudo indica que seja uma cidade com uma população entre 5 e 7 mil habitantes. O governo do Estado esclarece, portanto, que não há nada de oficial ainda.

No entanto, os parâmetros estabelecidos para a escolha da cidade já permitem que alguns candidatos sejam especulados. O principal ponte de corte é a população: de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Santa Catarina tem 29 cidades com a população entre 5 e 7 mil habitantes.

Confira a lista completa:

Anita Garibaldi (6.957 habitantes), Campo Belo do Sul (6.952), Grão-Pará (6.595), Águas Mornas (6.559), Águas de Chapecó (6.515), São João do Oeste (6.402), Bela Vista do Toldo (6.362), Vidal Ramos (6.329), Imbuia (6.241), Rio das Antas (6.202), Caibi (6.130), Itá (6.129), São Pedro de Alcântara (5.935), Petrolândia (5.905), Rio do Campo (5.902), Luzerna (5.684), Aurora (5.683), São Cristóvão do Sul (5.598), Anchieta (5.557), Agronômica (5.509), Timbé do Sul (5.343), Botuverá (5.322), Guarujá do Sul (5.178), Nova Erechim (5.092) e José Boiteux (5.007). Fonte: IBGE

Qual cidade se encaixa melhor nos critérios?

Para filtrar ainda mais os candidatos, vale observar os outros critérios estabelecidos pelo governo do Estado. Mesmo que seja um índice relativo, a vulnerabilidade social pode ser medida através do IDMS (Índice de Desenvolvimento Municipal Sustentável) dos municípios de Santa Catarina.

O Estado tem 14 cidades no “vermelho”, com índice considerado baixo. Destas, Campo Belo do Sul e Águas de Chapecó se enquadram no número de habitantes estudado pelo governo.

Ao observar a situação da Covid-19 nesses municípios, Campo Belo do Sul chama a atenção. Por lá, a letalidade está em 2,84%, sendo que a de Santa Catarina é de 1,59%. São 739 casos confirmados, sendo 15 nos últimos sete dias. O município já contabilizou 21 mortes pela doença.

Em Águas de Chapecó, a letalidade é mais baixa, atualmente em 1,39%. São 433 casos confirmados, sendo oito na última semana e seis mortes no total. No entanto, nenhum nome foi citado ou descartado pela SES até o momento.

Medida gerou crítica de entidades

A Secom (Secretaria Executiva de Comunicação) do governo de Santa Catarina ressaltou que o estudo ainda está em fase preliminar, e os critérios e cidades analisadas não foram definidos oficialmente. Assim, não há até o momento previsão de reuniões ou conversas com os municípios catarinenses para debater onde o estudo poderá ser feito.

“O governo anunciou a possibilidade de pegar algum município como exemplo para uma vacinação em massa, em volume maior, a questão é ter vacina para isso. E em segundo lugar, os resultados não vão ser muito diferentes do de Serrana (SP), onde já tem testes quantificados de pessoas de 18 anos para cima com uma belíssima eficácia. Se ele fizer a vacinação em massa, tem que fazer alguma coisa para diferenciar AstraZeneca de Coronavac, mas eles ainda não deixaram claro ainda essas informações para os municípios”, diz o consultor de saúde da Fecam (Federação Catarinense de Municípios), Jailson Lima.

O presidente do Cosems/SC (Conselho de Secretarias Municipais de Saúde), Daisson Trevisol, também esclarece que não recebeu mais detalhes sobre a ação que, segundo ele, “não faz sentido”. “Vai ser complicado. Não conseguimos acompanhar o panorama de todas as cidades. Eu acho que não deveria fazer isso, não tem muita lógica. É mais uma jogada”, problematiza Trevisol.

O consultor de saúde da Fecam ressalta que existem outras necessidades e cuidados a serem priorizados no momento. “Em Santa Catarina tivemos uma elevação de contaminação de 20% na última semana, que o nosso índice está acima de 1%… a nossa situação tem piorado, basta ver as UTIs (Unidades de Tratamento Intensivo) no Oeste e Extremo-Oeste, e isso vai se replicar nas outras cidades. Infelizmente, quando o Estado está avaliando se talvez terá uma terceira onda, eu já venho afirmando que já entramos nela. E não teve incremento de testes em massa, que é algo muito importante para combater a doença”, reclama Jailson Lima.

O governo catarinense ainda não definiu datas para os próximos passos do estudo que aplicará vacinação em massa e eventos-teste.

Com informações do site ND+

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