Cientistas criaram protótipos que podem chegar ao mercado em até três anos
Quem tem medo de agulhas e por isso evita se vacinar pode estar com os dias de pânico contados. Isso porque cientistas e pesquisadores estão desenvolvendo uma vacina adesivo, que dispensa o uso de seringas e agulhas.
Especialistas dos Estados Unidos, da Universidade de Stanford e da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill (UNC-Chapel Hill) e também do Reino Unido criaram adesivos diferentes para ajudar a conter a pandemia de Covid-19.
Nos Estados Unidos, os cientistas partiram de um protótipo feito em uma impressora 3D. Já a vacina adesivo desenvolvida no Reino Unido é feita com microagulhas, feitas de policarbonato ou silício.
O que é a vacina adesivo
A vacina adesivo pode ser feita de diferentes materiais, como policarbonato, silício e até utilizando uma impressora 3D. Ela é composta por microagulhas que são responsáveis por injetar o líquido imunizantes sem a utilização de seringa.
Como funciona a vacina adesivo
Diferente da forma comum de imunização, utilizando seringa e agulha, a vacina adesivo funciona com microagulhas que se dissolvem ao entrar em contato com a pele, levando o imunizante para a corrente sanguínea.
As pontas de cada uma das microagulhas são medidas micrômetros, ou seja, milionésimos de um metro. Assim, elas fornecem os imunizantes de maneira minimamente invasiva.
Ao ser aplicado e liberar as primeiras partes da fórmula, o adesivo deve continuar fixado por até 24 horas na pele. Dessa forma, o dispositivo conseguirá medir a resposta inflamatória do paciente à vacinação, enquanto monitora biomarcadores na pele.
A imunização só é possível desta forma, aplicando microagulhas na pele porque o tecido está cheio de células do sistema imunológico que são o público-alvo do imunizante
O “patch inteligente” funcionará de maneira semelhante aos adesivos de nicotina, que fornecem a substância por meio da pele para ajudar fumantes a largar o cigarro.
Vacina adesivo é mais eficiente?
De acordo com os dois estudos feitos pelos cientistas, as respostas imunológicas das pessoas que participaram das pesquisas foram maiores do que os imunizantes aplicados de forma tradicional.
No estudo americano publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences mostra que a resposta imune da vacina adesivo de microagulhas foi 50 vezes maior do que a vacina administrada sob a pele, e 10 vezes maior do que a vacina aplicada no músculo do braço.
Outro estudo, feito com a vacina contra gripe, também nos Estados Unidos e publicado na revista The Lancet apontou que as respostas de anticorpos geradas pela vacina, medidas por meio da análise de amostras de sangue, eram parecidas nos grupos vacinados usando adesivos e aqueles que receberam injeção. E as respostas imunes ainda estavam presentes após seis meses da vacinação.
O dispositivo será capaz de administrar uma vacina e medir a resposta imune utilizando biomarcadores de proteína, estabelecendo assim a eficácia da vacinação.
Vacina adesivo é mais barata?
O aparelho utiliza doses mais baixas das fórmulas imunológicas, diminuindo os custos de cada imunização. A distribuição e a administração dos imunizantes também seriam facilitadas, já que o método é minimamente invasivo. Os marcadores biológicos medidos pelo novo sistema permitiriam, também, fornecer uma abordagem de vacinação individualizada.
Quando vai estar disponível
O protótipo desenvolvido na Swansea University, no Reino Unido, pode chegar ao mercado em três anos. A tecnologia poderá ser facilmente adaptada para outras doenças infecciosas.
Com informações de Metrópoles e NSCTotal