A expectativa é que apenas o Canabidiol, derivado do Canabis, reduzirá os episódios de convulsão e epilepsia.
Brayan Ribeiro Fernandes tem apenas 4 anos e mora em Imbituba. Como quase toda criança, ele gosta de brincar, rir e se divertir. O que o pequeno ainda não se deu conta é que em algumas ocasiões cai com a cabeça no chão e desmaia. E quando retorna do rápido sono, não se recorda de nada que ocorreu minutos antes. No ano passado, o garotinho foi diagnosticado com a Síndrome de Doose (ausência de sentidos por segundos).
A mãe do menino, Neuzimar Ribeiro Fernandes, conta que ele faz tratamento com uma médica neurologista da região e que a profissional aumentou a dose de uma das medicações de Brayan. “Ela me orientou que se não desse o resultado esperado, a minha última alternativa para diminuir as crises de epilepsia do meu filho seria passar pelo diagnóstico de uma profissional em Curitiba. A médica Ana Cristina Crippa é uma das poucas no país que pode receitar o Canabidiol, derivado do Canabis. A expectativa é que apenas essa medicação reduzirá os episódios de convulsão e epilepsia”, explica a mãe.
A história de Neuzimar e Brayan é mais um relato dos efeitos positivos que a prescrição do Canabidiol pode representar no tratamento contra diversas doenças, principalmente as epilepsias. Entretanto, as pesquisas pelo mundo apontam bons resultados também em pacientes com mal de Parkinson, ansiedade, esquizofrenia e outros transtornos. A mãe do pequeno é técnica de enfermagem e o pai é pedreiro.
“Conseguimos agendar uma consulta com a médica em Curitiba para o dia 8 do próximo mês, porém nossas verbas já acabaram. Não temos como chegar à cidade e posteriormente pagar esse possível tratamento em um primeiro momento. De início estamos realizando um almoço beneficente no próximo dia 20, no Pesque e Pague no riacho de Ana Matias, em Imaruí, para nos ajudar no transporte e na compra das medicações que ele faz uso. Para realizar o evento ganhamos quase todos os alimentos”, destaca.
Comercialização é proibida no Brasil
Mesmo com relatos de sucesso, os medicamentos à base de substâncias da maconha (Canabidiol e THC) enfrentam resistência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa e do Conselho Federal de Medicina – CFM, que alegam não haver comprovação científica dos benefícios. Na prática, os remédios à base da erva têm melhorado a qualidade de vida de portadores de doenças raras, porque reduzem a quantidade e a duração das convulsões.
Por enquanto não há perspectiva de quando a comercialização e produção do Canabidiol serão autorizados no Brasil, a única alternativa é importar o produto, com aval da Anvisa. A medicação vem dos Estados Unidos. “Se for liberado, vamos entrar com o pedido da liberação e gratuidade na justiça. Quero amenizar o sofrimento do meu filho e creio que isso será possível”, enfatiza a mãe.
Com informações do Jornal Notisul