Os poderes Legislativos e Executivos de Içara se comprometeram a unir esforços para dar celeridade a resolução dos problemas envolvendo a maternidade do Hospital São Donato – HSD. Ontem, em reunião extraordinária na Câmara de Vereadores, foi decidida a convocação dos deputados estaduais com base no Sul de Santa Catarina para um novo encontro. Ele ocorrerá nesta sexta-feira, às 16h, com o intuito de ampliar o debate.
Também serão convidados, vereadores, prefeitos e secretários de Saúde dos municípios da região. O objetivo é pressionar o Governo do Estado para que sejam feitos os pagamentos do convênio firmados com a instituição. As lideranças políticas planejam agendar uma reunião com o governador Raimundo Colombo, vice, Eduardo Moreira, e secretário de Estado da Saúde, Vicente Caropreso, até o fim da próxima semana.
“Isso pode passar de um problema financeiro para um problema social muito grave. A questão financeira se resolve com o pagamento, a social é muito mais complicada. Não é algo viável para ninguém, principalmente para as mães e crianças do município”, expõe o presidente da fundação responsável pela gestão do HSD, Waldemar Luiz Casagrande.
Gerência Regional projeta iniciar pagamentos no fim do mês
Segundo o gerente regional de Saúde, Fernando de Fáveri, a projeção é que parte do pagamento saia até o fim desde mês. “Tem uma verba que está em Brasília que é significante para o Estado. Caso ela se confirme, já poderemos iniciar o pagamento e quitar isso em até três parcelas”, conta.
Ele reafirma que os contratos com a instituição não estavam assinados e critica a falta de interação entre as partes para dar agilidade na resolução da problemática. “É difícil trabalhar deste jeito, nós não somos notificados e temos que saber das coisas pela imprensa. Nós sempre fomos parceiros quanto a isso, também queremos que o hospital fique com as portas abertas”, complementa.
Médicos serão chamados para nova reunião hoje
Os médicos obstetras e demais integrantes do corpo clínico da maternidade do HSD anunciaram que paralisação os atendimentos no próximo dia 11 caso não sejam feitos os pagamentos da produção atrasada. Atualmente, em todo o Sul de Santa Catarina, apenas a unidade e a do Hospital São José – HSJ, em Criciúma, realizam o atendimento às gestantes pelo Sistema Único de Saúde – SUS. Os dados apontam quem a maternidade do HSD realize aproximadamente 100 partos por mês.
O hospital mantém um convênio com o Governo do Estado de R$ 150 mil ao mês para os custos do atendimento. Segundo os gestores da unidade, o contrato foi encerrado no fim do último ano, porém, um aditivo foi assinado garantindo a manutenção dos serviços até o fim deste ano. Por outro lado, a Gerencia Regional de Saúde afirma que nenhum documento foi assinado, sendo que o Estado não tinha obrigação de realizar os pagamentos.
O repasse de verbas não é feito desde janeiro, acumulando um passivo de R$ 1,3 milhões. Em reuniões passadas, ficou acertado que o valor seria pago pelo Estado de forma retroativa, mas até agora nenhuma parcela foi quitada.
No início de julho, o corpo clínico da maternidade havia encaminhado um ofício à diversos órgãos afirmando que cancelariam os atendimentos caso a situação não fosse resolvida até o dia 10 de agosto. Hoje a direção voltará à se reunir com os médicos para tentar prorrogar o prazo.
“Eles já estão cansados de esperar, todos os trâmites legais foram cumpridos desde o início”, expõe o diretor técnico do HSD, Evandro Marcelo.
O diretor-administrativo do HSD, Júlio de Lucca, chamou a atenção para casos semelhantes que aconteceram na região. “Já fechou maternidade em Urussanga, Nova Veneza, Morro da Fumaça. Se fechar aqui também, dificilmente irá abrir de novo. Isso é uma solução política”, afirma.
Com informações de Gabriel Bosa / Clicatribuna