Localizada no município de Tucuruí, no estado do Pará, região norte do Brasil, a Usina Hidrelétrica de Tucuruí é uma importante fonte geradora de energia para a região e se destaca por ser a segunda maior usina 100% dentro do território brasileiro, ficando atrás somente da usina de Belo Monte, situada também no estado do Pará. Ela tem um potencial gerador de 8.370 MW, contando com um reservatório de impressionantes 200 km de comprimento e 2.850 km² de área quando cheio, representando assim 0,341 km² por MW instalado.
A construção da usina demandou uma série de estudos antes de serem colocados em prática. Esses estudos iniciaram em 1957, conduzidos por engenheiros brasileiros que vislumbravam um grande aproveitamento elétrico da região devido ao Rio Tocantins. A ideia começou a ser vista com bons olhos pelo governo federal a partir da década de 1960, com o intuito de atender a indústria de alumínio, impulsionada pelas jazidas de bauxita que se encontram na região, além de facilitar a navegação naquela parte do rio, que era caracterizada por corredeiras.
A construção iniciou em novembro de 1974 e ficou a cargo da Construtora Camargo Corrêa. Esse processo exigiu uma terraplanagem de alta precisão, com 50.223.188 m³ de escavações e a colocação de 41.600.000 m³ de aterro, além de cerca de 6.000.000 m³ de concreto. A usina necessitaria de 12 turbinas, das quais 6 foram projetadas na França e 6 no Brasil. Devido ao tempo prolongado de construção da usina, foi necessário criar vilas residenciais nos arredores para abrigar os operários e suas famílias. Por isso, a Eletronorte construiu duas vilas residenciais, a Temporária I e a Temporária II, que contavam, além de moradias, com um cinema, uma escola infantil, um hospital e um clube social. Pouco tempo depois, essas vilas se expandiram e já contavam com um aeroporto, supermercados, ruas pavimentadas, entre outros.
Em 1984, 10 anos após o início da construção, a primeira etapa foi finalizada e as vilas começaram a ser gradualmente desativadas. A usina foi inaugurada em 22 de novembro de 1984, há exatamente 40 anos, pelo então presidente da república João Figueiredo, tornando-se desde então um marco na produção de energia da região. Em 2008, iniciou-se a segunda fase, que foi responsável por aumentar a capacidade da usina de 4.000 MW para 8.370 MW, algo que custou em torno de R$ 3,7 bilhões.
A construção trouxe muitos benefícios para a região, mas também gerou impactos ambientais e sociais significativos. Na época, a preocupação com questões ambientais não era tão intensa quanto hoje. Apenas 140 km² dos 2.850 km² da área desmatada foi comercializada, o restante, que poderia ser limpo e vendido como madeira, não foi, resultando em uma perda de 2,5 milhões de m³ de madeira.
A Usina Hidrelétrica de Tucuruí é um exemplo de como a infraestrutura de energia pode transformar uma região, mas também destaca a importância de equilibrar desenvolvimento com sustentabilidade ambiental e responsabilidade social.
Fonte consultada:
WIKIPEDIA. Usina Hidrelétrica de Tucuruí. Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Usina_Hidrelétrica_de_Tucuruí. Acesso em 22 nov. 2024.