Em Tubarão, foram contabilizadas duas mortes e em Capivari de Baixo, uma
A região de Tubarão contabilizou 25 casos de Gripe A (H1N1) este ano. Em todo o Estado, 30 pessoas morreram com a doença. Em Tubarão, foram contabilizadas duas mortes e em Capivari de Baixo, uma. Não há nenhum surto na região.
Dos 25 casos registrados, quatro são de fevereiro, quando uma família contraiu a doença durante um cruzeiro no Nordeste. Tubarão e Laguna lideram o ranking, com 12 e cinco casos, respectivamente. Outros municípios têm entre um e dois casos. Ao todo, são 21 suspeitas que aguardam confirmação. Destas, 19 são de pessoas que foram ou estão internadas no Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC).
Em número de casos no Estado, Tubarão está em sétimo lugar, atrás de São José, com 14. Blumenau lidera a lista, com 38.
A coordenadora do Programa de Combate à Influenza A da 20ª Gerência Regional de Saúde em Tubarão, Marlene de Sousa Gonçalves, enfatiza que é importante manter os cuidados. “Nos últimos dia, diminuiu a procura por hospitais e postos de saúde. Isto se deve basicamente à prevenção de doenças”, explica Marlene. É importante manter a etiqueta da tosse, utilizar o álcool em gel, lavar as mãos com frequência. Na falta do álcool em gel, as pessoas podem utilizar o álcool 92,5%, desde que sigam as seguintes recomendações: retirar um copo com álcool do recipiente e preencher o restante com vasilhame com água.
Os municípios estão abastecidos com medicamentos contra o vírus e os postos de Estratégia Saúde da Família (ESF) estão preparados para fazer atendimento e encaminhamento. Os sintomas da Gripe A são tosse, falta de ar e febre. Caso algum deles apareça, é importante procurar uma unidade básica de saúde.
Gripe A não deve ser motivo de pânico
Falar em Gripe A ou H1N1 se tornou comum para muitas pessoas, motivo de preocupação e até mesmo de pânico para outras. O médico e coordenador do curso de Medicina da Unisul, professor João Ghizzo Filho, explica que não há motivo para alarde. Ghizzo já foi secretário de Saúde do Estado. No entanto, a população deve se informar sobre a real situação e formas de prevenção.
Ghizzo argumenta que a H1N1 é perigosa sim, como qualquer outra infecção. Contudo, os órgãos de saúde do Estado cuidam muito bem do problema. Segundo o médico, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica do Estado (Dive) tem uma equipe com conhecimento amplo e faz um monitoramento em todo o Estado, não apenas dos casos da gripe, mas das infecções em geral. “Eles têm controle de todos os casos (laboratorialmente confirmados), tanto os casos de incidência quanto os casos de óbito. Por isso, não vejo motivo para pânico. Mas vejo também que a campanha feita em 2009, com dicas para evitar a infecção, foi esquecida este ano”.
A vacina, de acordo com Ghizzo, é fabricada a partir da coleta de escarro de pessoas gripadas para o diagnóstico da prevalência do vírus. “Mesmo identificando os tipos de vírus prevalentes no ano, as pessoas que se vacinam não têm garantia de 100% de imunidade, e sim de 60%”, salienta. “Mesmo assim, acredito que as pessoas dos grupos prioritários (crianças, idosos, gestantes e portadores de doenças crônicas) devem se vacinar para se prevenir”.
Ghizzo reforça que a população não deve se preocupar. “Devemos deixar a cargo das autoridades de saúde, que têm trabalhado bem neste caso e que estão em constante vigilância. Se houver um surto ou epidemia, elas sabem quais as medidas necessárias a adotar. No momento, os técnicos da saúde não veem a necessidade de uma vacinação em massa, mas de uma conscientização em massa para a prevenção. Santa Catarina vacinou 93% das pessoas dos grupos prioritários. As demais podem buscar a vacina em clínicas particulares, se desejarem. Cada pessoa pode tomar a decisão de se vacinar. A população tem o direito de querer”, ressalta.
Diário do Sul