Mandados de prisão também foram cumpridos em Uberlândia e Bom Despacho, em Minas Gerais, onde outras quatro pessoas foram presas
Mandados de prisão foram cumpridos nesta quarta-feira (6) em Uberlândia e Bom Despacho, em Minas Gerais, e em Criciúma (SC) durante a 7ª fase da operação “Libertas” que investiga a exploração sexual de travestis e transexuais.
Oito mandados de prisão foram expedidos, sendo quatro para cumprimento em Uberlândia, um em Bom Despacho e três em Criciúma. Do total, sete foram cumpridos até o momento.
Entre os alvos desta fase estavam os responsáveis por seguir administrando o esquema de exploração e manter os alojamentos onde as vítimas viviam.
De acordo com a investigação, cinco alojamentos para exploração das travestis e transexuais ficavam em Uberlândia e outros três em Criciúma. Nesta quarta, também foram cumpridos seis mandados de interdição de alojamentos e alienação antecipada de bens.
Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), os alvos são apontados como integrantes da organização criminosa liderada pela ex-vereadora de Uberlândia, Pâmela Volp.
Alvos da operação
Pâmela Volp
Paula Volp
Luara Rodrigues da Silva
Marlon Francisco Pires
Paula Coco
Michelli de Jesus Falcheti
Mariana Tadeu Bettim Pinto
Gabriela Francisco Rodrigues
Outros pontos da investigação
Segundo o Gaeco, havia intercâmbio das travestis e mulheres trans entre os estados de Minas Gerais e Santa Catarina;
As vítimas ainda eram obrigadas a montar uma “poupança” para colocarem silicone com um grupo de médicos parceiros, que realizavam as cirurgias em clínicas clandestinas;
Os valores das próteses superfaturadas eram cobrados das vítimas diretamente pela líder da organização criminosa;
O esquema criminoso era “uma forma de submeter as mulheres trans e travestis ao esquema de exploração, com a promessa de ‘feminilização’ de seus corpos”.
Operação
No dia 8 de novembro de 2021, o Gaeco deflagrou a ação que visava combater uma organização criminosa e, entre os alvos, estava a ex-vereadora Pâmela Volp, a filha Paula Volp e Lamar Bionda.
Além da exploração, também há registros de travestis e transexuais em situação de trabalho análogo à escravidão, que foram resgatadas.
Durante a investigação, Pâmela e Paula Volp foram denunciadas pelo MPMG, na mesma operação, por uma tentativa de latrocínio ocorrida em 2018 contra uma travesti, em Uberlândia.
Entre os delitos cometidos pela quadrilha estão associação criminosa, exploração sexual, manutenção de casa de prostituição, roubo, lesão corporal, homicídio, constrangimento ilegal, ameaça, posse e porte de arma de fogo.
Ainda segundo o MPMG, há relatos de que o esquema criminoso tenha iniciado em 1992 e, assim, já dura 30 anos.
Condenações
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A Justiça já proferiu algumas sentenças contra quatro investigadas na operação:
Pâmela Volp – 22 anos e 6 meses
Thauana Araújo – 10 anos e 10 meses
Paula Volp – 10 anos e 10 meses
Paula Florentino – 6 anos de reclusão.