Usuário de entorpecentes levou veículo que estava estacionado em frente a edifício e o entregou em ponto de drogas para quitar dívidas. Em busca de dinheiro, bandido passou a chantagear proprietário do automóvel, que gravou conversa da negociação
Não basta ter o carro furtado, agora o cidadão também tem que pagar para tê-lo de volta. O caso aconteceu no fim de semana em Criciúma, quando um GM Corsa foi levado da frente de um prédio, na rua Cassimiro Milioli, no Centro. Para surpresa do proprietário do veículo, um homem entrou em contato com a família pedindo um “resgate” para devolver o carro. A negociação para a liberação do automóvel começou com um lance de R$ 800.
Conversas
“Uso o carro para fazer as entregas da loja. Tem alarme e tudo, mas eles não querem nem saber, furtam com alarme e tudo. Agora eles estão negociando para a gente pagar um valor para que possamos reaver o carro. Já mandaram várias mensagens de áudio para nós. Já fiz o Boletim de Ocorrência. É muita vagabundagem, país sem lei. Os caras roubam, vão presos e daqui a pouco estão na rua de novo”, desabafa o proprietário do veículo.
Conforme relatou a vítima, a voz das ligações informou que é traficante e que o carro foi entregue a ele por um usuário de drogas como pagamento pelas dívidas. “Eles acharam o celular da minha esposa em uma rede social e entraram em contato pelo celular. O código da chamada é do Paraná. Eu gravei as ligações. Primeiro tentaram R$ 800 para que a gente pudesse ter o carro de volta. Para isso acontecer, o homem pediu para encontrar com ele em algum lugar para repassar o dinheiro”, informa a vítima.
O caso foi registrado na Central de Regional Plantão Policial e deverá ser investigado pela 1ª Delegacia de Polícia de Criciúma, o nome do delegado do caso só será informado no dia de hoje. “Até agora o carro não foi localizado, ainda está com eles, que continuam entrando em contato. O último pedido foi para fornecer a placa do carro, e a minha esposa os mandou eles falarem qual a placa, para saber se é o mesmo carro, então desligou a chamada”, finaliza a vítima.
Transcrição de algumas das conversas com o “sequestrador de carro”:
Suspeito: Primeiro você faz 200. Ele (filho) deixando o carro, você deixa os outros 200. Paga primeiro a metade para ele (carro) sair daqui e a outra metade a hora que o carro chegar.
Vítima: Não posso, sou uma pessoa que faz a coisa certa. Nem 50, nem 100 reais vou te mandar. Cada um tem uma opção na vida. Vou te pagar os 400 reais que tu pediu, mas do meu jeito.
Suspeito: Vamo fazer o seguinte, vamo deixar isso quieto e passar pra frente. Você não vai levar pra polícia isso não né cara?
Vítima: Qual o CPF do teu filho, vou passar 50 só.
Suspeito: Deixa louco, não quero. Era 800, agora 400, mas não patrão. É metade, metade patrão. Vou ficar no prejuízo.
Vítima: Meu prejuízo não é nada, porque eu tenho seguro total do carrinho.
Suspeito: Então você não quer o carro, patrão? Então faz 200 e meu menino vai lá.
Vítima: Para que roubaram o carro?
Suspeito: Foi trocado por droga, patrão e, o cara disse que era carro de leilão. Eu quero devolver o carro para o senhor…
Com informações do TNSul