O deputado Romildo Titon (PMDB), de Campos Novos, assumiu às 15h50 dessa segunda-feira (3) a presidência da Assembleia Legislativa. A ascensão aconteceu após a renúncia do deputado Joares Ponticelli (PP), que cumpriu acordo firmado em 2013, que estipulou a divisão do mandato de presidente. “Admiro as pessoas que cumprem acordos políticos. Quando selamos o compromisso sabia que estava tratando com pessoa séria”, declarou Titon, justificando sua decisão ponderando que “o PMDB ficou 25 anos sem ocupar a presidência, não custava ficar mais um”.
O presidente anunciou que entre suas metas destaca-se “colocar Santa Catarina no mapa do petróleo”, acompanhando politicamente os leilões da Agência Nacional do Petróleo (ANP), uma vez que a Petrobras detém os direitos de exploração dos “210 mil km2 que compõem a bacia do rio Pelotas”, bem como incentivar “o fim dos lixões”, a “implantação da lei dos resíduos sólidos” e a criação de “uma galeria dos municípios” no Palácio Barriga Verde.
Joares Ponticelli explicou seu gesto dizendo que “palavra acordada não se discute, se cumpre” e revelou que estava com a “alma serena e o coração cheio de gratidão”. Em seguida, renunciou à presidência do legislativo estadual. Ato contínuo, o 1º secretário da Casa, Kennedy Nunes (PSD), declarou vago o cargo e convidou o vice-presidente para assumir a presidência, que aceitou.
Romildo Titon nasceu em Tangará, no Vale do Rio do Peixe, mas foi em Campos Novos que descobriu a política. Eleito vereador em 1976 e 1983, prefeito em 1989, elegeu-se deputado estadual em 1994, repetindo a façanha outras quatro vezes. “Sou um homem simples, de origem simples. Nasci no dia da morte do presidente Getúlio Vargas, 24 de agosto de 1954. Meu pai nem deu bola para os gritos da minha mãe, ficou colado no radinho escutando as notícias”, contou, acrescentando que começou a vida trabalhando na roça, “carpindo, roçando, lavrando com arado de boi e carregando cesto de milho nas costas ladeira abaixo”.
Emocionado, Titon arrancou gargalhadas da numerosa plateia que acompanhou sua posse, narrando fatos da sua vida pessoal. “Na primeira eleição marquei os votos em uma caderneta, urna por urna. Fiz a soma, achei que estava eleito. Mas algum tempo depois o rádio anunciou que tinha ficado na 1ª suplência. Fui ao juiz eleitoral, chorei bastante. Ele foi bondoso comigo, mandou conferir os mapas de votação e viu o engano, fui o terceiro mais votado. Naquele momento passei a acreditar na Justiça, e acredito até hoje”, declarou.
Prestígio em alta
Prestigiaram a posse de Titon o governador Raimundo Colombo, o vice-governador e presidente do PMDB, Eduardo Moreira, o presidente do Tribunal de Justiça, Nelson Schaefer Martins, e o chefe do Ministério Público, Lio Marcos Marin.
Também acompanharam a cerimônia os deputados federais Rogério Mendonça (PMDB), Valdir Colatto (PMDB), Esperidião Amin (PP) e Jorginho Mello (PR), bem como o prefeito de Lages, Eliseu Matos, os deputados licenciados Valdir Cobalchini (PMDB) e Ada Lili Faraco de Luca (PMDB), os conselheiros do Tribunal de Contas, Julio Garcia, Herneus de Nadal e Adircélio de Moraes, os ex-governadores Leonel Pavan e Paulo Afonso Vieira, além do ex-presidente da Casa, Juarez Furtado, prefeitos, vereadores, secretários de estado, familiares, amigos e simpatizantes do deputado Titon.
O estilo do presidente
“O meu regime de trabalhar é parlamentarista, ninguém vai decidir sozinho. Vamos transformar o Legislativo em um grande fórum de debates dos temas que interessam a Santa Catarina. Precisamos sair do ritmo da tribuna e dos projetos de lei, de só dizer sim ou não para o governo. Temos que ocupar melhor este espaço”.
Igualdade entre os deputados
“Haverá igualdade entre os deputados. Se tem para um, tem para todos, se não tem para todos, não terá para nenhum. Serei um presidente presente, 100% caipira, é o meu estilo”.
Relação com os poderes
“A relação será de respeito e de responsabilidade. Cada um tem o seu papel na condução dos destinos de Santa Catarina. Quem respeitar a Casa, terá o nosso respeito”.
Servidores do Legislativo
“Terão o meu respeito, serão tratados com dignidade e igualdade. Sou exigente, gosto das coisas certas, com responsabilidade e zelo pela coisa pública. Quem respeitar, será respeitado, quem trabalhar, será reconhecido”.
Funcionários do gabinete
“Cada um fez a sua parte, nos tornamos uma grande família. Uns estão comigo desde o início, outros seguiram seus caminhos, mas todos escreveram uma parte desta história”.
A família
“Ela sempre esteve ao meu lado, atuou comigo. Obrigado Neiva, Lara, Mano, futuros genros e noras, cunhados, obrigado por sempre me darem coragem”.
Colaboração: Vítor Santos/Agência AL