Criança morreu na noite de 5 de março após dar entrada no Hospital Santa Luzia, em Ponte Serrada, no Oeste do Estado
A tia do menino de 2 anos que morreu com sinais de suposta agressão ao dar entrada no Hospital Santa Luzia, em Ponte Serrada, no Oeste de Santa Catarina, foi indiciada pelo crime de homicídio doloso qualificado pelo meio cruel e pela idade da vítima. A informação foi divulgada pela Polícia Civil nesta terça-feira (26).
A mulher de 32 anos já está presa preventivamente e à disposição da Justiça. O Inquérito Policial foi concluído pelo delegado da DIC (Divisão de Investigação Criminal), Marcelo Tescke.
Segundo ele, foram realizadas diversas diligências para coleta de evidências e os indícios levaram ao indiciamento da tia. O Inquérito finalizado foi remetido ao Ministério Público de Santa Catarina e ao Poder Judiciário da Comarca de Ponte Serrada
Causa da morte
Conforme o laudo cadavérico, o menino de 2 anos morreu de politraumatismo. Ele foi levado à unidade de saúde por uma vizinha na noite do dia 5 de março com marcas de suposta agressão.
A criança morava com a tia, o tio e outras seis crianças. “Ele tinha várias lesões, inclusive internas e graves”, disse o delegado da Polícia Civil, Marcelo Teske, em entrevista coletiva no dia 11 de março.
Teske revelou que foram identificadas várias contradições no relato da mulher, tanto à polícia quanto para pessoas próximas da família. Para a vizinha, a tia disse que o menino caiu. Aos médicos, contou que estava lavando roupa e encontrou a criança agonizando na cama. Em outra situação, descreveu que ele estava brincando, subiu em um raque e um televisor antigo que estava em cima do móvel caiu sobre ele.
Relatos de agressões
Testemunhas relataram que já haviam ouvido gritos e agressões contra as crianças. Um boletim de ocorrência sobre maus-tratos já havia sido registrado em outra situação e o Conselho Tutelar chegou ir até a casa da família que, segundo o delegado, passava por dificuldades.
“O tio chegou a dizer que quebrou o televisor e o raque e o jogou nos fundos do terreno, mas imagens feitas pela perícia logo após a morte do menino, confirmaram que o eletrônico estava embaixo de uma mesa da sala e não em cima do raque, conforme relatado”, destacou Teske.
O delegado ressaltou, ainda, que a perícia apontou lesões contundentes que não eram compatíveis com a queda de um televisor sobre a criança. O médico também foi questionado e disse à polícia que lesões como as do menino só poderia ter sido ocasionadas caso ele tivesse uma queda do telhado, por exemplo.
A tia cuidava das crianças em casa na data do crime, já o tio estava no trabalho conforme foi identificado pela folha ponto da empresa, por isso, a polícia descartou a sua participação.
A mãe do menino
Teske informou que a mãe do menino, e de outras quatro crianças que estavam na casa, estava trabalhando em Brusque (SC) e não tinha condições de levar os filhos, por isso eles estavam sob os cuidados dos tios. Ela enviava dinheiro para ajudar com as despesas e visitou as crianças duas vezes nos últimos dois meses.
Após a prisão da tia do meninos, as outras crianças foram recolhidas pelo Conselho Tutelar. “Serão colhidos maiores elementos para conseguir esclarecer o que realmente aconteceu, mas temporariamente a tia segue presa e à disposição da Justiça”, concluiu o delegado.
O Inquérito Policial ainda não foi concluído, mas devido ao desencontro nas informações repassadas pela tia em diferentes momentos, a Polícia Civil solicitou ao Poder Judiciário pela prisão temporária.
Com informações do ND+