Mais dois depoimentos foram feitos na tarde de ontem (22) durante a reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Valmes Colombo, tesoureiro da Unesc, foi o primeiro a ser ouvido. Ele, que exerce a função na Unesc há 19 anos, veio acompanhado de sua advogada. A oitiva da testemunha iniciou às 14h20. Falou sobre as responsabilidades dos recibos e dos depósitos, e informou também que os valores eram entregues ao ex-secretário do Sistema Econômico, Miguel Mastella.
Colombo era quem sacava nos caixas do banco, mas para isso recebia orientações do pró-reitor de Administração e Finanças da Universidade para fazer o saque, conforme ele. “Os valores em espécie foram entregues ao Mastella. Todos os recibos eram assinados pelo Miguel Mastella. Todas as transações bancárias, ou seja, os pagamentos feitos nas ‘bocas’ do caixa eram autorizados pelo pró-reitor de finanças. Sempre que houve os depósitos eu era informado pelo pró-reitor que pedia para devolver os valores”. O depoimento durou quase uma hora.
Por volta das 15h45 foi a vez do ex-secretário do Sistema Econômico, Miguel Mastella, e ex-professor da Unesc, prestar seu depoimento. De imediato salientou que nunca houve depósitos indevidos. Falou que nunca esteve na tesouraria da Unesc e afirmou valores indevidos. “Trabalhei 10 anos na Unesc com muito afinco. Tudo isso que ocorre é fato de algumas pessoas que não gostam de mim. Já solicitamos cópias dos referidos documentos a fim de proceder a minha defesa, já que este direito até então não me foi garantido. Nunca saquei e nenhum dinheiro passou por mim. Meu nome foi jogado na lata do lixo”.
Acareação
Em razão das divergências nos depoimentos uma acareação foi feita entre as testemunhas. Eles responderam a seguinte pergunta: Você confirma que os valores indevidos foram sacados na boca do caixa e entregues ao senhor Mastella. A indagação foi respondida com afirmação por Valmes Colombo, mas negada por Miguel Mastella.
Para esclarecer os fatos, a Comissão vai pedir exame grafotécnico dos recibos já que há dúvidas sobre as assinaturas e números de documentos presentes nos mesmos. Foram solicitados ainda cópias de empenhos do credor Fucri/Unesc, de maio a dezembro de 2012. A Comissão volta aos trabalhos dia 11 de fevereiro, às 14h. Antes desta data, porém, a comissão terá audiência com Ministério Público em data a ser agendada.
O objetivo da CPI é apurar possíveis irregularidades no convênio celebrado entre Governo Municipal e a Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), referente aos supostos desvios no repasse de valores e encontro de contas das Bolsas de Estudos mantidos pelo Governo do Município.
Sessão extraordinária
A Câmara de Vereadores, por convocação do prefeito municipal, vai realizar segunda-feira (27/1), Sessão Extraordinária para apreciar três projetos do Executivo. São eles: PLC-EXE nº 2/2014, que dispõe sobre a reestruturação organizacional do Poder Executivo do Município de Criciúma e dá outras providências; o PE nº 1/2014 que dispõe sobre o parcelamento de débitos do Município de Criciúma junto à Caixa Econômica Federal, referente ao não recolhimento de FGTS no período que especifica e o PELO-EXE nº 1/2014, que altera a redação do artigo 17, inciso IX, alínea “a” da Lei Orgânica Municipal. A Sessão será no horário regimental, às 19h.
Colaboração: Daniela Savi