A necessidade de isolamento social vivenciada nos últimos dias por pessoas do mundo todo, será também uma alavanca do mercado virtual, pois apesar do momento delicado, o consumo e necessidades continuam e as compras online se tornam a solução para o momento.
Não é de hoje que grandes marcas, além de comercializarem seus produtos em lojas físicas, investem em Lojas Online, conhecida como e-commerce. O e-commerce vem crescendo linearmente e estima-se que cerca de 27% dos brasileiros já é adepto às compras em plataformas virtuais. Estudos apontam que o setor cresce cerca de 12% ao ano. Pela maior variedade de preços e modelos, escassez de tempo e mobilidade urbana, esses números tendem a aumentar expressivamente.
A necessidade de isolamento social vivenciada nos últimos dias por pessoas do mundo todo, será também uma alavanca do mercado virtual, pois apesar do momento delicado, o consumo e necessidades continuam e as compras online se tornam a solução para o momento. As lojas virtuais comercializam os mais variados produtos, desde alimentos, flores, maquiagem, perfumaria, medicamentos, produtos de pet shop, autopeças, vestuários, eletrodomésticos, casa e decoração, entre outros. É possível se obter praticamente tudo, sem sair de casa.
Segundo a empresária Tatiane Albino, que atua na fabricação e venda de cintas modeladoras e está desde 2016 no comércio online, acredita que a dedicação e investimentos a esse setor é perseverante e sustentável. “Naquela época, devido a crescente demanda de clientes em busca de nossas cintas em todas as cidades vizinhas e estados do país, fomos em busca de uma forma de ultrapassar esse desafio da distância. As consumidoras também desejavam pagar com cartão de crédito e precisávamos realizar as vendas de forma segura” conta Tatiane.
Tatiane relata que recebeu indicação de um colega que já atuava com e-commerce, de uma plataforma onde ela mesma poderia construir sua loja virtual de forma gratuita. “Quando estamos começando um negócio, os recursos costumam ser escassos e fica mais complexa a decisão de onde priorizar os investimentos. Via muitos colegas deixarem de partir para as vendas online em razão de não disporem de recursos financeiros, e deixavam a oportunidade passar. Foi preciso investir tempo, paciência e criatividade, para que em poucos dias a loja já estivesse funcionando. Eu não possuía noção alguma de como uma loja virtual funcionava. Estava tudo lá, explicado nos tutoriais, passo a passo. Agora diante do cenário de isolamento, fizemos campanhas de Frete Grátis para vários estados brasileiros, incluindo Santa Catarina, para incentivar que a consumidora ficasse em casa. Concedemos também bônus para produtos que possuem mais saída e os quais já possuímos um estoque extra de segurança. Dessa forma paramos a produção integralmente para que nossas colaboradoras pudessem se manter em casa durante o período de isolamento, e o suporte à vendas em Home Office se manteve ativo, ou seja, a operação comercial não parou”, comenta a empresária.
Delivery em alta
O comércio online vem dando mais expansividade também ao ramo de Delivery. Tele-entrega, pedidos via WhatsApp, aplicativos de comida, são a preferência da população durante a quarentena. Ramon, que trabalha há 15 anos fabricando caixas especializadas para o setor de alimentos e caixas para e-commerce, também percebeu a mudança: “As pessoas com mais tempo em casa, o momento das refeições passa a ser um momento agradável, de união das famílias. Pizzas e lanches ganharam a preferência dos pedidos. Nós, que já trabalhávamos com caixas próprias para acondicionar esses alimentos, estamos aumentando as variedades de formatos, tamanhos, para atender todos os portes de restaurantes, pequenos e médios empreendedores do ramo de alimentação. É um setor que não pode parar, e estamos preparados para atender essa demanda” explica Ramon, gerente comercial da Arfe Embalagens, de Nova Veneza.
Climba Commerce dá dicas para a quarentena
Uma empresa especialista na criação de Lojas Virtuais, localizada em Braço do Norte, está otimista. “Nossa equipe mantém o atendimento e suporte aos clientes, todos em Home Office, trabalhando com segurança nas suas casas. Estamos conseguindo manter a qualidade dos atendimentos. Nos motiva ver que o trabalho que executamos por trás, nos bastidores e com uma equipe extremamente qualificada, está nesse momento, impulsionando e blindando o negócio de nossos clientes. As compras online estão aquecidas, os consumidores satisfeitos, porque, dessa forma, conseguiram ter acesso aos mais variados tipos de produtos”, explica Rafael da Cunha, fundador da Climba Commerce.
Em razão do isolamento social, o consumidor que não pode frequentar lojas e shoppings, vê o comércio eletrônico como uma boa saída.
A Climba separou algumas dicas para os lojistas colocarem em prática nas lojas virtuais durante esse período de quarentena:
• Uma dica bem legal é trabalhar com campanhas de cupons de descontos, incentivando assim a compra do seu cliente;
• Venda de vouchers onde pode retirar os produtos com prazos maiores e com isso colocar dinheiro no caixa sem ter que enviar o produto agora, sendo que Correios e Transportadoras também estão com atendimento limitados;
• Fazer campanhas mais agressivas para aumentar o ticket médio. Por exemplo, compras acima de R$ 300, oferecer 20% de desconto ou compras acima de R$ 500, um desconto um pouco melhor, por exemplo, 40%. A atratividade do desconto fica maior, colocando mais dinheiro no caixa da empresa, aumentando o capital de giro;
• Campanhas de Frete Grátis para mais estados que você costuma trabalhar;
• Outra dica super importante para os lojistas é que eles possam utilizar esse tempo para melhorar o cadastro dos seus produtos no e-commerce, fazendo com que melhore o posicionamento dos seus produtos no Google;
• Rever o estoque dos produtos e fazer alguma ação com os produtos que estão muito tempo no estoque e não foi vendido por algum motivo;
• E por fim, uma possível contagem de estoque, ajudando na saúde financeira do seu negócio.
“Entendemos que a pandemia do coronavírus é preocupante. mas a crise pode ser uma grande oportunidade para os varejistas ajustarem às operações de vendas online e garantirem um fluxo de caixa, mesmo com as portas de suas lojas físicas fechadas. Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), as compras pela internet dispararam até 40% com impacto do novo coronavírus. Nesse período, algumas lojas virtuais registraram alta de mais de 180% em transações nas categorias de alimentos e saúde, entretanto, para outros segmentos, Maurício Salvador, presidente da entidade, calcula crescimento médio de 30%” comenta Rafael.