Rio do Sul é a cidade em situação mais crítica, com mais de 700 pessoas em 21 abrigos.
Em poucas horas, o número de afetados pela chuva em Santa Catarina passou de 10,1 mil para 27,6 mil. De acordo com a Defesa Civil, o aumento rápido ocorreu na madrugada desta terça-feira (6) “não só pelo excesso de chuva, mas também porque o solo já está encharcado e os rios estão cheios”.
Este número de pessoas afetadas na madrugada foi registrado em Rio do Sul. “Geralmente a Defesa Civil municipal tem uma cota do nível do rio e mostra que em tantos metros vai atingir tanta casas, então orientam aquelas pessoas a saírem de casa”, explica Cleiton Ferrasso, assessor da Defesa Civil estadual.
O secretário adjunto da Defesa Civil, Fabiano de Souza, afirma que a situação deve se complicar ainda mais, já que a previsão é de chuva até quinta-feira (8).
“A prioridade, neste momento, é realizar o atendimento das pessoas afetadas. Alertamos que a situação ainda é crítica no estado, mesmo que por certos momentos a chuva diminua. Qualquer precipitação agrava o quadro atual. Pedimos para que a população se mantenha atenta e siga a orientação da Defesa Civil”, diz Souza.
Balanço de prejuízos
Conforme o balanço divulgado às 8h desta terça-feira (6), 89 municípios já registraram algum tipo de ocorrência devido à chuva que cai no estado desde o final de maio.
Das mais de 27,6 mil pessoas atingidas de alguma forma pelo evento, 1309 foram para casa de parentes e amigos – são, portanto, considerados desalojados – e outros 2093 foram para abrigos, abertos em dez cidades. Mais de 8,6 mil residências tiveram alguma tipo de estrago.
Rio do Sul
Na manhã desta terça-feira, Rio do Sul, no Vale do Itajaí, era a cidade mais prejudicada e tinha mais de 700 pessoas em 21 abrigos abertos. “O número de desalojados, que são as pessoas que tiveram que ser transferidas para casa de parentes ou amigos, é ainda maior, já que a prioridade das pessoas é buscar auxílio junto aos mais próximos”, afirma o secretário adjunto da Defesa Civil.
Doações podem ser entregues na Sede dos Servidores Municipais de Rio do Sul que fica ao lado da sede da Defesa Civil. O endereço é a rua Mafalda Ligner Port, 333, no bairro Progresso.
Na noite segunda-feira (5), uma mulher deu à luz enquanto era resgatada pelos bombeiros. A equipe precisou parar o trajeto que o barco fazia pelas ruas alagadas da cidade e fazer o parto no chão. Um bombeiro deitou e “serviu de colchão” para a grávida parir.
Cidades com abrigos
Rio do Sul: 21 abrigos com 739 pessoas
Lages: 7 abrigos com 318 pessoas
Laurentino: 4 abrigos com 87 pessoas
Rio do Oeste: 3 abrigos com 186 pessoas
Ituporanga: 3 abrigos com 69 pessoas
Taió: 2 abrigos com 24 pessoas
Capinzal: 1 abrigo com 6 pessoas
Agronômica: 1 abrigo com 97 pessoas
Correia Pinto: 1 abrigo com 56 pessoas
São João Batista: 1 abrigo com 4 pessoas
Rodovias interditadas
O km 253 da BR-282 em São José do Cerrito, na Serra, está totalmente interditada por medida de segurança. O trecho está com rachaduras na pista. Não há previsão de liberação.
O km 152 da BR-470 em Agronômica, no Vale do Itajaí, tem aproximadamente 50 centímetros de água sobre a via. A orientação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) é que nenhum motorista tente passar pela via.
A BR-470 tem interdição parcial no km 194 em Pouso Redondo, na Serra da Santa, após queda de barreira. Os veículos passam alternando o sentido.
Alagada, a SC-350 está completamente interditada desde domingo (4) no km 360 em Aurora, no Vale do Itajaí. Segundo a Polícia Militar Rodoviária (PMRv), como o nível do rio continua subindo, ainda não há previsão de liberar o trecho.
Barragens
Sobre as barragens, a Defesa Civil diz que a prioridade para esta terça-feira é conseguir estabilizar o nível do reservatório da barragem de Taió para que seja possível manter a capacidade operacional com a chegada da chuva dos próximos dias. Uma comporta foi aberta nesta manhã.
“A abertura das outras seis comportas estará condicionada ao acompanhamento dos níveis dos rios das cidades que se encontram depois da estrutura. Não vamos deixar que as aberturas das comportas elevem demais o atual nível dos rios para a proteger a população destes municípios”, conforme Souza.
A barragem de Ituporanga deve seguir vertendo, e a barragem de José Boiteux deve permanecer com as duas comportas fechadas.
Com informações do site G1 SC