Dos dois óbitos suspeitos da doença, um confirmou infecção bacteriana e outro teve diagnóstico descartado.
A Vigilância Epidemiológica segue em rotina intensificada na orientação aos quadros de meningite em Criciúma. A avaliação é de que a situação da doença está controlada no município, mas segue o alerta para eventuais casos suspeitos. Dos dois óbitos de crianças em um curto período de tempo, um foi situado como meningococcemia, enquanto no outro a criança não apresentou inflamação na meninge e teve o exame do Lacem, de Florianópolis, negativo para bactéria de meningite.
Neste ano, foram quatro casos confirmados de doenças bacterianas de meningite, o que, segundo a enfermeira da Vigilância, Michele Hilário, está dentro da média anual, que é de 7 a 8 casos no município. “O que assustou é ter um caso confirmado e depois outra morte com suspeita logo na sequência, então ficou o susto até descartar a meningite nesse segundo caso. Neste ano está dentro da média tanto no município quanto no Estado”, avalia Michele.
Os casos suspeitos divulgados nas redes sociais, aliados a rumores falsos de internação com a doença, ajudaram a espalhar o pânico pelo município, atingindo inclusive as cidades vizinhas.
“É natural que a mãe se assuste e procure o atendimento quando a criança apresenta alguns sintomas. Nós temos suspeitas o ano inteiro e a preocupação é saber na hora qual é a bactéria, se é de meningite ou não, para fazer o bloqueio e iniciar o tratamento. Nem toda a meningite vai deixar sequela ou levar a óbito. Teve bebê que foi diagnosticado com meningite, recebeu o tratamento e foi pra casa, nem saiu na mídia”, declarou a enfermeira.
Campanha de orientações
Mesmo com o quadro sob controle, o município segue atento às suspeitas e mantém agenda de campanhas preventivas e de orientações. Na quarta-feira, foi realizada uma palestra na Primeira Linha, a pedido da própria comunidade, com a presença de médicos da área e da vigilância epidemiológica, respondendo às dúvidas da população.
A cobertura de vacinação contra a meningo C, bactéria de maior incidência na região ao lado do subtipo W, atingiu 66% da população. “As vacinas seguem à disposição nas unidades de saúde, a gente pede que os adolescentes também se vacinem porque também é uma situação de risco”, aponta Michele.
“O subtipo B, nos últimos cinco anos, teve apenas um caso no município, um adulto que recebeu o tratamento e voltou para casa. Então, se o pai tiver que escolher entre uma vacina e outra nos pontos particulares, opte pela ACWY, porque protege de mais subtipos e tem índice maior de casos no município, de igual para igual com a C”, indica a enfermeira.
Casos suspeitos
Três crianças estavam sob observação ao quadro de meningite bacteriana: uma de Içara, outra de Araranguá, ambas internadas em Criciúma, e uma de Criciúma, internada em Joinville. As crianças de Içara e Criciúma tiveram o exame negativo para a meningite.
A de Araranguá teve uma infecção bacteriana de meningite, mas em um caso mais leve. Por ser uma bacteria menos agressiva, que não deixa sequelas, não houve necessidade de bloqueio e, com o tratamento, a criança teve boa recuperação. Até a noite de quarta-feira, ela permanecia internada no hospital Santa Catarina, estável.