Categoria reivindica correção dos salários com base no INPC, enquanto prefeitura se baseia pelo IGPM. Contradição entre ambos os lados faz às negociações estarem travadas desde janeiro
Todo início de ano é comum sindicatos trabalhistas e patronais sentarem para negociar. No entanto, quando não há entendimento entre as partes, normalmente a situação se perdura até haver um acordo. Em Araranguá, desde janeiro o Sindicato dos Servidores Públicos está reivindicando direitos e aumentos, por meio de proposta, mas até agora, não foi atendido pelo paço municipal.
Além de já estar em estado de greve (situação que serve como alerta a população para futuras greves), o Sindicato também organiza para estar quarta-feira (18), a partir das 15h, uma passeata em frente à prefeitura de Araranguá.
Conforme o presidente do Sindicato, Fernando Espíndola, a passeata terá direito a carro de som, panelaço e muitos cartazes. “Já mandamos duas propostas para o prefeito, que sequer mandou contraproposta ainda, ou sentou a mesa conosco para negociar. Como já estamos quase em abril, e não está indo para frente (As negociações), vamos fazer essa passeata amanhã”, comentou Espíndola.
Entenda a situação
A divergência entre prefeitura e sindicato está na questão econômica. Enquanto o sindicato pede um reajuste de 8% para os servidores gerais e 13% para os professores (Valor maior devido à verba do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – Fundeb), a prefeitura propõe que o salário seja corrigido com base no Índice Geral de Preços do Mercado – IGPM, o que resultaria um aumento de 3,85%.
“Este valor não representa sequer ganho, e sim, perda”, explicou o tesoureiro do Sindicato, Glauber Soares. A proposta do Sindicato é baseada no Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC, que é o utilizado nos últimos anos, no acordo firmado entre ambas as partes.
O Sindicato também fez uma tabela, com o orçamento de 2015 da prefeitura de Araranguá, com dados divulgados no portal da transparência. Segundo essa tabela, se o prefeito Sandro Maciel der os aumentos reivindicados pelos servidores, à prefeitura teria 48% de comprometimento com pagamento de folha salarial, o que não ultrapassaria o limite estipulado pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que é de 54%.
[soliloquy id=”115039″]