Ocorrências são uma das principais causas de mortes atendidas pelo Instituto Médico Legal (IML).
Este mês é marcado pelo Setembro Amarelo, que intensifica as ações de combate ao suicídio, que está entre as principais causas de mortes atendidas pelo IML na região. Na Associação de Municípios da Região Carbonífera (Amrec), os números chamam atenção. Somente neste ano, até o dia 26 de agosto, 31 pessoas se suicidaram, conforme dados levantados pela Rede de Proteção à Vida (RPV). Em 2019, foram 53 vítimas, enquanto em 2010, 34 casos foram registrados. Em 10 anos e oito meses, foram 459 óbitos por suicídio.
O mês de setembro é dedicado à prevenção, discussão e tratativas que envolvem a depressão e o suicídio. Desde 2014, entidades e organizações criam grupos de apoio e orientação às pessoas que carecem de cuidados psicológicos. No país, estima-se que diariamente 25 pessoas tiram a vida, enquanto, pelo menos, 50 pessoas tentam. Em âmbito mundial, uma pessoa se mata a cada 40 segundos.
De acordo com o voluntário da Rede de Proteção à Vida (RPV), Roberto Caldas, por maior que seja a dor, quem sofre jamais estará sozinho. “Falar e desabafar, buscando o devido apoio é o início da mudança, rumo a um estado de saúde melhor e com qualidade de vida. Estamos todos no mesmo barco”, diz Caldas.
grande demanda
Ele conta que a demanda é enorme. “São cerca de 10 mil ligações por dia, e centenas de atendimentos via chat online. Assim, o CVV necessita muito de voluntários”, diz Caldas. Em Criciúma, atualmente trabalham 31 voluntários, mas a demanda é para no mínimo o triplo.
Ao ser questionado sobre os efeitos do isolamento social, ele conta que esse assunto é abordado nos atendimentos. “Aqui, a mensagem de otimismo é de que ao perceberem que não estão sós e que contam com voluntários-amigos a qualquer hora do dia ou da noite, as pessoas claramente tendem a se sentir melhor”, afirma Caldas.
Ele comenta ainda que a Rede de Proteção à Vida dispõe de palestras e rodas de conversa online, e não somente no Setembro Amarelo, mas durante todo o ano, para disseminar informações e dicas sobre saúde mental e divulgar canais de apoio.
Notificações
Segundo o presidente da Cruz Vermelha e integrante da Polícia Civil, Almir Fernandes, é preciso considerar que os casos de tentativa de suicídio geralmente não são notificados aos órgãos de Saúde. “Também vale ressaltar que alguns casos de acidente de trânsito e afogamentos apresentam indícios de suicídios, mas não é possível obter confirmação”, diz Fernandes.
Compromisso social
Ele declara que é preciso ter cautela na divulgação dos casos de suicídios, mas não se pode “fechar os olhos” para o problema, que além do compromisso social, é uma questão de Saúde e Segurança Pública. “Esses casos violentos só perdem em números de ocorrências com os acidentes de trânsito”, destaca Fernandes.
De acordo com dados da Rede de Proteção à Vida (RPV), 90% das ocorrências de suicídio são possíveis de prevenir e as pessoas podem melhorar a qualidade de vida se procurarem atendimento profissional.
Os canais de ajuda estão à disposição ao longo de todo o ano, como por exemplo, o Centro de Valorização da Vida (CVV), que em agosto último recebeu quase 300 mil ligações para atendimento emocional gratuito, através do telefone 188, que opera 24 horas. A OMS (Organização Mundial da Saúde) classifica o suicídio como problema de saúde pública.
Com informações do site TNSul