Uma servidora da Câmara de Vereadores de Capivari de Baixo, em entrevista à Rádio Santa Catarina, afirmou ter assinado documentos para liberação de diárias de viagens sem nunca ter recebido o dinheiro ou realizado a viagem.
Mariana Martins Moraes afirmou na rádio que diárias de viagem eram pagas no nome dela, que assinava para não perder o emprego, mas que nunca recebeu e era orientada a ficar em casa no período em que supostamente estaria em curso.
A funcionária disse na entrevista que o fato ocorreu três vezes, e o valor seria em torno de R$ 1 mil. “Eu assinava para garantir o emprego, pediam para assinar e ficar em casa. Não fiz nenhuma viagem em quatro anos que trabalho lá. Nunca ganhei dinheiro de diárias”, afirmou.
Conforme ela, isso ocorreu nas gestões dos presidentes Edison Cardoso Duarte, o Edison da Elétrica, e Ismael Martins, o Mael. “Uns dez funcionários fizeram isso. Tenho ciência que é fraude e estou disposta a colaborar com a justiça”, concluiu. Ela citou ainda que se sentiu segura para denunciar após as denúncias feitas pelo vereador Manoel da Silva Guimarães, o Farinheira, e pontuou que na gestão dele frente à Câmara não ocorreram fraudes.
A reportagem tentou fazer contato com Mariana e com os vereadores Edison da Elétrica e Mael, mas não conseguiu localizar nenhum dos citados.
Filha de vereador afirma que medida liminar não foi concedida por falta de provas
A filha do vereador de Capivari de Baixo, Manoel da Silva Guimarães (PT), o Farinheira, Camila Pedro Guimarães, presidente do Conselho Municipal de Meio Ambiente, procurou a reportagem para se pronunciar sobre declarações que constam na defesa do promotor de justiça Ernest Kurt Hammerschmidt, feita após o vereador entrar com representação contra o promotor ao Conselho Nacional do Ministério Público.
No documento enviado pelo promotor ao conselho, ele dá amplas explicações sobre os elementos que geraram a denúncia de Farinheira e cita que “tramita neste juízo da comarca de Capivari de Baixo a ação civil pública autuada no Poder Judiciário, a qual versa sobre a prática de ato de improbidade administrativa pelo atual prefeito (Moacir Rabelo) em decorrência de nepotismo, cuja beneficiária foi justamente a filha do vereador Manoel da Silva Guimarães, na qual houve pedido liminar de exoneração da mesma do cargo em comissão que ocupa”.
Segundo Camila, em decisão proferida pela juíza de Direito da vara única da comarca de Capivari de Baixo, onde foi ajuizada ação civil pública pelo Ministério Público, em 6 de setembro de 2016, foi indeferido o pedido liminar de exoneração, em razão da não comprovação da existência de nepotismo.
A decisão cita que não foram apresentadas provas de “conluio” para favorecimento de agentes políticos e seus parentes, conforme coloca Camila. “Tal decisão é de conhecimento do autor da ação, tanto é que foi interposto recurso da referida, no qual o Tribunal de Justiça de Santa Catarina, em decisão prolatada pela desembargadora Cláudia Lambert de Faria, confirmou a sábia decisão prolatada pela juíza de 1º grau”, destaca.
“Deste modo, assim como não há justificativa para a exoneração, conforme restou decidido pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina, não há motivo para que Ernest Kurt Hammerschmidt, que inclusive havia se dado por impedido na atuação do presente caso, continue dando ampla divulgação, a fim de manchar a honra da filha do vereador Manoel da Silva Guimarães, vez que, pela segunda vez, afirmou perante órgãos de imprensa que a contratação da mesma estaria eivada de ilegalidade”, diz Camila em sua solicitação.
Com informações do Jornal Diário do Sul