Paralisação tem reflexos imensos no agronegócio catarinense, em especial na produção de suínos e aves
Com rodovias bloqueadas, o governo de Santa Catarina estima um prejuízo diário no setor de suínos e aves da ordem de R$ 36 milhões. O agronegócio catarinense, em especial a indústria da proteína animal, tem uma cadeia produtiva extensa e que trabalha em um ritmo constante, sendo portanto muito afetada com a paralisação do transporte.
Suinocultura
Santa Catarina é o maior produtor e exportador de carne suína do Brasil, sendo responsável por 53,37% das receitas e 51,34% da quantidade embarcada em 2021, exportando para 70 países.
A cadeia catarinense de suinocultura abate 40 mil animais por dia e cada dia parado corresponde a um prejuízo de R$ 26,8 milhões na produção de suínos.
Avicultura
O Estado também é o segundo maior produtor e exportador de carne de frango do Brasil e responde por 24,55% das receitas brasileiras com a proteína. Em 2021, a carne de frango catarinense foi exportada para 129 países.
Em Santa Catarina são abatidas 2,3 milhões de aves por dia. Nesta cadeia, o prejuízo por dia parado é de R$ 10 milhões.
Segundo o governo do Estado, em situações de represamento de suínos e aves no campo, os animais precisam ser sacrificados na propriedade, o que pode trazer prejuízos ao meio ambiente, à saúde pública, à sanidade e ao bem estar animal.
Insumos
A logística dos insumos de ração animal de Santa Catarina funcionam no sistema just in time, ou seja, a armazenagem no local de consumo é pensada a partir da demanda diária.
Em média, o Estado possui estoque de milho e farelo de soja para três dias. Caso não seja regularizada a logística, é iniciado o racionamento de alimentos no complexo de proteína animal.
Em situações de falta de alimentação, o bem estar animal é comprometido, podendo levar ao canibalismo, inanição e consequente morte.
Prioridades do setor
Desde terça-feira (1º), o foco das ações da Secretaria da Agricultura e do setor produtivo será garantir a alimentação animal.
A pasta também vai reforçar as medidas de bem estar, além de cumprir os protocolos estabelecidos em conjunto à Cidasc e ao setor produtivo.
A recomendação do corpo técnico da Cidasc e da Secretaria de Agricultura aos produtores é que, neste momento, evitem transitar em rodovias com cargas de animais, pelo risco de privação de água, alimentos e exaustão, o que em casos extremos poderia levar à mortalidade.
Com informações do ND+