Secretaria de Saúde planeja ampliar testagem pra tentar evitar uma superlotação nos hospitais durante o verão
O governo de Santa Catarina apresentou nesta sexta-feira (13) um plano para conter o avanço da dengue em 2025, após enfrentar números alarmantes em 2024. O Estado registrou 346.261 casos prováveis da doença, um aumento de 247% em relação a 2023, e confirmou 340 mortes até o momento. Com a chegada do verão, período de maior proliferação do mosquito Aedes aegypti, a preocupação com superlotação hospitalar cresce.
Novas medidas para enfrentamento
Entre as ações anunciadas está a aquisição de 800 hemoglobinômetros, aparelhos que realizam testes rápidos para identificar casos graves de dengue. Segundo o diretor da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), João Fuck, o equipamento auxilia na triagem dos pacientes, determinando se podem ser tratados em casa ou precisam de internação hospitalar.
Esses aparelhos serão distribuídos em municípios com maior risco de infestação no início de janeiro. O critério de alocação considera a população local, número de unidades de pronto atendimento e risco de transmissão. O investimento foi de R$ 7,9 milhões.
Além disso, o governo publicou uma ata de registro de preços, que agiliza a compra de medicamentos contra a dengue pelas prefeituras. A Secretaria de Saúde reforçou que tem intensificado reuniões com gestores municipais e aquisição de equipamentos.
Avanço da dengue e baixa vacinação
Os números da dengue em Santa Catarina ultrapassaram recordes. Em 2024, o Estado já registrou 346.261 casos prováveis, comparados aos 139.702 de 2023, e as mortes saltaram de 98 no ano anterior para 340 neste ano.
Apesar do agravamento da situação, a vacinação contra a doença segue com baixa adesão. Apenas 16,7% das crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, faixa etária autorizada para a vacina, completaram o esquema vacinal. Das 221 mil pessoas elegíveis em quatro regiões prioritárias (Nordeste, Grande Florianópolis, Médio Vale do Itajaí e Chapecó), apenas 37 mil tomaram as duas doses, enquanto 86 mil receberam a primeira dose. A meta do Ministério da Saúde é vacinar 90% do público-alvo.
O secretário de Saúde, Diogo Demarchi, destacou que o governo estadual já pediu a ampliação da faixa etária para o Ministério da Saúde, mas ainda não há previsão para mudanças.
“Santa Catarina tem a menor taxa de letalidade por dengue da região Sul, mas queremos reduzir esses números a zero. A dengue é fatal, especialmente entre os jovens, e precisamos continuar trabalhando para combatê-la”, afirmou o secretário.
Ações preventivas
O governo reforçou a necessidade de eliminar criadouros do mosquito Aedes aegypti com ações simples, como:
- Evitar o acúmulo de água em recipientes como pneus, garrafas, latas e copos.
- Manter piscinas tratadas ou esvaziadas.
- Limpar tanques e lagos ou introduzir peixes que se alimentem de larvas.
- Lavar semanalmente vasilhas de animais com escova e sabão.
- Colocar areia em pratinhos de plantas e remover água acumulada.
- Manter lixeiras tampadas e evitar o acúmulo de lixo e entulho.
Com a intensificação das ações e a colaboração da população, o governo espera reduzir os índices alarmantes de dengue em Santa Catarina nos próximos meses.