Nascida na cidade de Siracusa, no sul da Itália, em 7 de março de 283, Luzia de Siracusa era filha de um casal nobre e influente na cidade. Seu pai faleceu quando ela tinha apenas 5 anos de idade, deixando-a aos cuidados de sua mãe.
Em certo dia, as duas decidiram peregrinar até a cidade de Catânia, também na Itália, onde estava sepultado o corpo de Santa Águeda, martirizada alguns anos antes por não se converter à fé romana. A mãe de Luzia sofria com fortes hemorragias internas e vivia constantemente com dores. Luzia esperou todos saírem da igreja e se dirigiu ao túmulo de Santa Águeda para pedir pela cura de sua mãe. Durante suas orações junto ao túmulo, Luzia adormeceu e sonhou que Santa Águeda, rodeada por anjos, lhe disse: “Luzia, minha irmã, por que pedes a mim algo que tu mesma podes conceder?”. Ao despertar, Luzia descobriu que sua mãe havia sido miraculosamente curada.
Luzia então contou à sua mãe que durante suas orações havia prometido voto de castidade a Jesus Cristo e que todos os bens econômicos deixados por seu pai seriam entregues aos mais necessitados. Sua mãe aprovou esse ato e Luzia começou a distribuir tudo o que tinha para os pobres.
Com o tempo, um jovem rico, porém pagão, apaixonou-se por Luzia. Ele foi até a mãe dela e perguntou por que esbanjavam tanto dinheiro. Ela respondeu que Luzia valorizava mais os bens do paraíso celeste do que os bens materiais mundanos. Inicialmente, o jovem não entendeu a expressão, mas com o tempo, percebeu que Luzia se tratava de uma cristã e a denunciou ao prefeito de Siracusa, Pascasio.
O prefeito sabendo disso, a levou a julgamento diante do imperador Diocleciano, conhecido pela sua severa perseguição aos cristãos, o qual tentou convertê-la sob ameaças à religião pagã romana. No entanto, Luzia com sua fé inabalável em apenas um só Deus, não se converteu em nenhum momento. O imperador então ordenou que ela fosse levada à força para uma casa de prostituição, mas, extraordinariamente, ninguém conseguiu movê-la, nem mesmo com a força de uma junta de bois, dando a impressão de que seus pés estavam enraizados no chão.
Vendo que não conseguiam mover Luzia, tentaram queimá-la viva. Luzia pediu ao Senhor Jesus que as chamas não a queimassem, e assim ocorreu; nenhuma parte de seu corpo foi danificada pelo fogo. Irritado, Diocleciano ordenou que um soldado arrancasse os olhos de Luzia. Milagrosamente, ao serem retirados e postos em uma bandeja, surgiram outros dois olhos em seu rosto, mais lindos do que os primeiros. Finalmente, decidiram decapitar Luzia, e sua cabeça foi decepada por uma espada. Luzia morreu instantaneamente em 13 de dezembro de 304, com apenas 21 anos de idade, sendo sepultada nas catacumbas de Roma.
Sua história de devoção e martírio rapidamente se espalhou pelo mundo, ganhando fama de santa e sendo canonizada pouco tempo depois de sua morte. Atualmente, sua festa litúrgica acontece anualmente no dia 13 de dezembro, sendo venerada como santa protetora da visão e padroeira dos trabalhadores da área de oftalmologia, bem como de muitos municípios na região Nordeste do Brasil.
Fonte consultada:
WIKIPÉDIA. Luzia de Siracusa. Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Luzia_de_Siracusa Acesso em 13 dez. 2024.