Lojistas e funcionários dizem que o movimento de clientes diminuiu muito desde a implantação do rotativo. Falta de monitoras é a principal reclamação dos usuários.
O Estacionamento Rotativo em Orleans iniciou na última sexta-feira (25) e trouxe um descontentamento para os lojistas: a falta de movimento. Com as ruas vazias e quase sem nenhum veículo fez as lojas do município sentirem também a diminuição de clientes circulando na área central da cidade.
A diminuição de fluxo de pessoas no Centro de Orleans marcou o início do Sistema de Estacionamento Rotativo na cidade. A equipe do Sul In Foco percorreu o comércio e conversou com lojistas e funcionários sobre as mudanças que o serviço trouxe. Vários lojistas confirmam que o fluxo de pessoas caiu.
Uma loja de roupas na rua XV de Novembro destaca que o serviço “a longo prazo não vai ajudar, porque as visitas nas lojas vão se tornar mais pontuais”. A gerente diz que antes as pessoas iam até o banco e aproveitavam para passar nas lojas e conhecer as novidades. Destaca ainda que a circulação de pessoas que davam uma passada nas lojas, ajudava a conseguir novos clientes.
Na Praça Celso Ramos, a Loja Paradão também sentiu o efeito do Rotativo. A gerente Andreza Macari diz que o sistema “acabou com os clientes e as lojas estão desertas”. A gerente conta que o movimento na loja era constante e que a partir das 8h os clientes que vinham do interior já estavam sendo atendidos, mas as coisas mudaram desde sexta-feira (21). A loja está vazia e com pouco movimento.
A gerente ainda destaca que a falta de circulação de pessoas pode gerar desemprego a longo prazo. “O movimento melhora um pouco depois da 17h30, que é o horário que acaba o rotativo. Mesmo assim é pouco tempo para o cliente escolher o produto”, diz Andreza.
Outra dificuldade comentada por vários lojistas é o tempo limite de duas horas. Esse fator também limita o tempo que o cliente fica dentro da loja e dificulta o atendimento, já que não há como mostrar a diversidade de produtos oferecidos. As lojas mais afetadas são as de vestuário, em que o cliente precisa de tempo para provar as peças e escolher o que comprar.
O presidente da CDL, Muriel Silvério, diz que ainda não teve a oportunidade de conversar com os associados para fazer uma avaliação geral à respeito do Rotativo para os comerciantes. Uma avaliação mais detalhada será feita no próximo mês pela CDL. O presidente ainda lembrou que com o fim do mês o movimento no Centro tem uma tendência a diminuir.
Como empresário e proprietário da loja Overmunt Demim na Praça Celso Ramos, Muriel diz que seus clientes aprovaram o Rotativo, já que conseguem estacionar com facilidade. Em relação aos pontos de venda espalhados pela cidade, foi bem aceito pelos lojistas. Muriel citou o exemplo de uma ótica que conseguiu realizar vendas através da procura de e-tickets. “O pessoal acaba entrando para comprar o rotativo e ele acabou fazendo algumas vendas”, conta.
A solução encontrada pela Loja Della Giustina foi pagar o estacionamento rotativo para os clientes que comprarem ou pagaram seus carnês. Todo cliente que visitar a loja, localizada na Rua XV de Novembro, e realizar uma compra ou pagamento irá receber o ticket para o estacionamento. O objetivo é facilitar a vinda dos clientes até a loja.
Dificuldade para os funcionários
Os funcionários do comércio também sentiram dificuldades para estacionarem o carro. A gerente Andreza comenta que a maioria das funcionárias da loja moram em locais afastados do Centro e que dependem de carro para ir até o trabalho.
Sem um sistema de ônibus circular, os funcionários dependem do carro para chegar ao trabalho e enfrentam a dificuldade em estacionar, já que não podem trocar o veículo de lugar a cada duas horas.
A funcionária de uma loja de vestuário também destaca que há muitas ruas com o estacionamento rotativo funcionando, dificultando aos trabalhadores deixar o carro pelo longo período que trabalha.
Reclamações dos clientes
A maior reclamação dos clientes registrada pelos comerciantes foi a falta de monitoras nas ruas. Atualmente são oito monitoras atuando nas ruas. A falta de divulgação do aplicativo para os usuários também foi motivo de reclamação.
O que o prefeito diz?
O prefeito Jorge Koch disse que não fará nenhuma avaliação com apenas três dias de funcionamento do sistema de Estacionamento Rotativo na cidade, mas projeta uma análise. “Daqui 30 a 60 dias faremos uma reunião de avaliação com o executivo, legislativo, Acio, CDL, a empresa e os usuários”, comenta o prefeito.
Sobre a falta de ônibus circular para os trabalhadores se deslocarem até o Centro, Koch destaca que nunca houve interesse econômico das empresas para realizarem as linhas, já que não há usuários suficiente. O prefeito ainda comenta que é preciso ser feito uma pesquisa para verificar a necessidade de implantação de circulares na cidade. Esse é um dos possíveis temas para a futura reunião de avaliação.
Sobre a falta de monitoras, Jorge Koch diz que a empresa começou com as oito funcionárias já que é apenas a primeira semana e ainda está em fase de teste. Porém, duas novas monitoras serão contratadas logo. Isso foi confirmado pelo responsável do Estacionamento Rotativo, Edivelton Antonio Wischral, em sua fala na Câmara de Vereadores na noite desta segunda-feira (25).