Região metropolitana e serra gaúcha também serão beneficiadas com a nova linha que inicia em agosto.
Cobiçada por conta do potencial de mercado, a nova linha de navios-contêineres da Ásia, já é vista por muitos empresários como a rota de fuga do abatimento econômico. Além disso, é tida como oportunidade de fomentar o setor industrial, especialmente do Sul Catarinense.
Entre novos empregos, investimentos, atração de novas companhias e negócios frutíferos, a rota – que inicia em agosto através do Porto de Imbituba – prenuncia números expressivos para a região. Dentre esses números, estão os fluxos de importação e exportação de potenciais mercados em torno do porto.
“Para termos uma ideia, Criciúma, Araranguá, Tubarão, Lages e Braço do Norte importaram juntas, em 2016, quase R$270 milhões, e exportaram mais de R$330 milhões”, aponta o diretor da Open Market Comércio Exterior, Allan Federige. Associado ao potencial do mercado sul catarinense, ele destaca ainda regiões como Caxias e Montenegro, no RS. “Temos que estar atentos, pois são áreas muito prósperas e representativas. No ano passado somaram na importação quase R$ 452 milhões e de exportação alcançaram juntas R$1,15 bilhão”, completa ele.
Paralelo a isso, esse dados tendem a se tornar exponenciais, segundo Allan. “A movimentação econômica é um valor exponencial. Aqueles que importam podem importar mais, os mercados gaúchos vão incrementar esse valor. Já quem não importa pode passar a importar motivado por essa redução de custos e a logística que envolve toda a estrutura em torno da nova linha”.
Porto de Imbituba
Responsável por abrigar as operações, com atracação dos primeiros navios asiáticos a partir de agosto, os números relacionados ao Porto de Imbituba também são animadores. “No primeiro momento acreditamos que a nova linha – que a principio terá uma escala por semana – incrementará a movimentação em mais de 60.000 TEU, oriundos principalmente do sul Catarinense, norte e noroeste do Rio Grande do Sul”, define o gerente de operações portuárias, Pablo Fonseca. Ele arremata ainda que, para 2018, a expectativa é fechar em 70.000 TEU.
O aval depois do árduo e acirrado processo para receber a linha de navios-contêineres da Ásia – mercado conhecidamente exigente – garante a credibilidade necessária para que os olhares de todo mercado internacional estejam atentos ao Porto de Imbituba. “Temos a plena convicção que outras linhas com novos mercados serão atraídas em breve ao Porto de Imbituba. Isso inclui Europa e Oriente Médio”, arremata Fonseca.
Além disso, Allan destaca as vantagens da região metropolitana e a serra gaúcha em operarem através de Imbituba. “Segundo nossos estudos, mesmo quando o porto é alguns quilômetros mais perto, a precária estrutura das rodovias de acesso e a maior quantidade de pedágios acabam não compensando e trazendo esses negócios para Imbituba”, complementa ele.
Terminal Intermodal Sul
Para fortalecer a economia da região e dar suporte ao Porto de Imbituba, o Terminal Intermodal Sul – TIS entra com a proposta de se tornar uma extensão do porto. Auxiliará, dessa forma, empresas da região a deslocarem suas cargas de forma mais ágil e econômica. Por ser o único terminal retro portuário de apoio ao Porto de Imbituba na região, o TIS comporta 75% da movimentação para essa área portuária. Ele é considerado fundamental para o escoamento da produção do sul catarinense e norte e noroeste gaúcho.
“Essa nova linha Ásia melhora a competitividade da indústria da região, oferece condições de custos e logísticas melhores e ainda mantém parte da arrecadação de tributos e geração de empregos no estado”, observa o gerente geral do TIS, Marcelo Siqueira.
A operação através do modal ferroviário oferece uma boa opção custo benefício e de alto desempenho, conforme Siqueira. “O transporte ferroviário de Criciúma a Imbituba fica em torno de 3 horas. Se uma empresa por conta contratasse um caminhão para fazer esse trajeto ela conseguiria uma viagem apenas por dia. Comparado ao transporte pelo TIS, ela obtém quatro viagens nas mesmas 24h”, pondera ele.
O modelo de tripé de negócios foi concluído, segundo Allan. “Esse tripé envolve a viabilidade logística, representada pela BR, pelo TIS, e também os players, responsáveis pelos processos de importações e exportações. A única coisa que faltava para concluir esse tripé era uma rota, que agora chega com o Porto de Imbituba”, finaliza ele.
Colaboração: Bárbara Barbosa / Comunicação Open Market