Sabemos que toda trajetória da humanidade é marcada pela violência entre os seres humanos com inúmeras tragédias que mutilaram muitas gerações psicológica e fisicamente. Portanto, não é um fenômeno apenas do mundo moderno, mas nos assusta a maneira como cresce nas mais variadas formas: na política, no futebol, nas escolas, nas famílias, nas igrejas, nas ruas, nas instituições, governos, enfim em todos os âmbitos sociais, merecendo assim ser repensada, estudada, refletida…
A violência é um ato indecoroso que tem feito parte da rotina de qualquer cidadão não só aqui no Brasil, mas no mundo todo. Ao contrário do que muitos pensam a violência não simboliza força, mas sim a fraqueza do ser humano pelo seu caráter implacável de destruição. Ela agride, viola e maltrata. Dão-nos conta disso os ataques terroristas ocorridos nesta semana na Europa que nos chocaram pelas cenas de desespero de crianças que morrem sem ao menos saber por que. Cidadãos estraçalhados pela fúria cega, pelo ódio profundo de fanáticos que se orgulham em destruir vidas inocentes. Enquanto isso, por aqui se vive uma violência histórica que se agrava a cada dia sob as mais diversificadas formas, mas em especial pela obsessão pelo poder, pela riqueza, pela negligência para com o ser humano, pela dominação, pela preponderância do ter em detrimento ao ser, gerando o conflito que transforma a vida das pessoas, desestrutura a sociedade. Famílias angustiadas, jovens inseguros em relação ao futuro, incertezas, preocupações. É urgente que reflitamos e tomemos postura para que nossa permanência no Planeta seja útil. Criticamos o outro, mas qual nossa contribuição para a mudança de comportamento ajudando assim na evolução da espécie humana? Qual o tipo de violência que pratico no meu dia a dia? Toda vez que somos injustos ou negligentes no cumprimento de nossos deveres estamos sendo violentos para com alguém.
Estamos vivendo o tempo da Páscoa que significa “passagem da escravidão à liberdade, da morte para a vida, das trevas para a luz”, pois se celebra a morte de Cristo que representou o fim dos tormentos e das maldades a que era submetido o povo da época. Ele pregou incessantemente a paz, o respeito, a igualdade, a caridade, o amor ao próximo, por isso é o momento de reconsiderarmos o que estamos fazendo para tornar o mundo um pouco melhor. Páscoa é uma oportunidade a mais para repensarmos nossa vida, corrigirmos nossas falhas, fazermos uma retrospectiva em nossas vidas e estabelecermos um ponto de recomeço, de sermos melhores, de sairmos da zona de conforto e cumprirmos nossa missão de verdadeiros cristãos.
Diante disso, precisamos ter em mente que fomos criados para evoluir, pois a humanidade depende do desempenho de nosso papel na construção de um novo projeto de sociedade, na qual a pessoa humana seja vista de forma justa e solidária, como um verdadeiro “ser humano”. Esta é a única forma de frear a violência que assola o mundo.