Levantamento mostra que dos 15 candidatos que mais receberam verba do Fundo Eleitoral, 10 buscam a reeleição
Na contramão da renovação, parlamentares que já estão no cargo são priorizados na distribuição da verba pública do Fundo Eleitoral, o fundão, para buscar a reeleição. Dados do Tribunal Superior Eleitoral mostram que dos 15 deputados federais que mais receberam recursos públicos para campanha, 10 já estão no cargo.
O levantamento do NDI (Núcleo de Dados e Jornalismo Investigativo do Grupo ND) analisou o montante de dinheiro público distribuído para os 314 candidatos a deputado federal e 617 candidatos a deputado estadual.
Os candidatos têm dois fundos com recursos públicos à disposição. O Fundo Partidário que existe desde 1995 e o Fundo Eleitoral, conhecido como Fundão, que foi instituído nas eleições de 2018.
Os partidos recebem os recursos conforme a proporção de votos recebida por cada legenda e têm liberdade para escolher quais critérios utilizar para a distribuição.
O mapeamento dos repasses mostra que os partidos têm apostado em nomes mais conhecidos do público. São candidatos que já estão em cargos públicos ou na vitrine política.
Confira o Ranking
Nomes conhecidos
Além dos 10 que buscam a reeleição, os outros 5 do ‘ranking’, em maioria, também são nomes conhecidos do cenário político do Estado, como a atual vice-governadora Daniela Reinehr (PL), os atuais deputados estaduais Ismael (PSD) e Marlene Fengler (PSD), e Paulo Bornhausen (PSD), que foi deputado estadual e federal por três mandatos em legislações anteriores.
A ‘novidade’ neste recorte é Rafael Penzetti (MDB), que está em sua primeira candidatura, e recebeu uma verba de R$ 2 milhões através do Fundo Eleitoral, e ocupa a 7ª posição.
Líderes do ranking recebem verba superior a R$ 1 milhão para campanha
As campanhas para o cargo de deputado federal em SC têm uma média de uso de dinheiro público (do Fundo Eleitoral ou Partidário) de R$ 213 mil por candidato. 20 deles receberam pelo menos R$ 1 milhão de seus partidos através desses recursos.
O principal ‘domínio’ para este cargo foi das candidaturas femininas, que ocupam as 5 primeiras posições. Juntas, as 5 candidatas reúnem R$ 13,6 milhões.
Dos 313 postulantes, 40% receberam mais de R$ 100 mil, e entre os que receberam alguma verba, 18 tiveram um investimento inferior a R$ 10 mil.
‘Aposta’ em nome pouco conhecido lidera ranking de investimentos entre candidatos para deputado estadual
Enquanto 10 dos 15 nomes com maiores recursos para campanhas distritais buscam a reeleição, no âmbito estadual são apenas 3 do ‘top 15’.
O primeiro lugar do ranking é ocupado pela candidata Nina, do União Brasil, que conta com R$ 800 mil oriundos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha.
Uma ‘aposta’ do partido que chama a atenção pela novidade, já que trata-se de um nome ‘novo’ no meio político catarinense. Nina possui uma ainda curta carreira em âmbito municipal, sendo eleita vereadora de Apiúna, cidade de 10 mil habitantes, em 2016.
Após esse mandato, concorreu ao cargo de prefeita do município, mas não foi eleita.
Apesar de ser um total de 617 candidatos, o montante total de recursos investidos às campanhas tem um valor bem inferior em comparação aos candidatos federais.
O total soma R$ 35,5 milhões, uma média de R$ 57,6 mil por candidato.
Desse total, 19,6% receberam um valor acima de R$ 100 mil dos fundos, enquanto 93 candidatos administram suas campanhas com recursos públicos entre R$ 1.146,19 até R$ 10 mil.
Modelo dificulta renovação
Os partidos políticos brasileiros têm à disposição mais de R$ 5,5 bilhões no ano de 2022 para utilizar em suas campanhas eleitorais através do FEFC (Fundo Especial de Financiamento de Campanha) e do Fundo Partidário.
Os recursos públicos para as campanhas dos deputados federais contabilizaram mais de R$ 66,8 milhões.
Já as campanhas dos deputados estaduais custaram mais de R$ 35,5 milhões aos cofres públicos.
As campanhas dos candidatos a deputado federal e estadual por Santa Catarina reúnem, ao todo, R$ 102,4 milhões.
“Os partidos favorecem quem já é político? Geralmente sim, mas eles o fazem principalmente porque querem vencer”, diz o cientista político e professor do Departamento de Sociologia da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Jean Castro.
Para o professor isso justifica o investimento em nomes já conhecidos, assim como famosos e celebridades. Castro acrescenta que a renovação na política é algo “desejável”, principalmente para evitar o engessamento de uma “oligarquia política viciosa”, com casos de corrupção e incompetência, por exemplo.
No entanto, pondera que esse tipo de mudança não é tão simples de ser feita.
“Considerando que nas democracias modernas a política é uma profissão, nunca teremos renovação total a cada eleição e talvez isso nem fosse desejável, porque também é preciso ter experiência para exercer a política e produzir resultados”, conclui o cientista político.
A ‘novidade’ neste recorte é Rafael Penzetti (MDB), que está em sua primeira candidatura, e recebeu uma verba de R$ 2 milhões através do Fundo Eleitoral, e ocupa a 7ª posição.
Líderes do ranking recebem verba superior a R$ 1 milhão para campanha
As campanhas para o cargo de deputado federal em SC têm uma média de uso de dinheiro público (do Fundo Eleitoral ou Partidário) de R$ 213 mil por candidato. 20 deles receberam pelo menos R$ 1 milhão de seus partidos através desses recursos.
O principal ‘domínio’ para este cargo foi das candidaturas femininas, que ocupam as 5 primeiras posições. Juntas, as 5 candidatas reúnem R$ 13,6 milhões.
Dos 313 postulantes, 40% receberam mais de R$ 100 mil, e entre os que receberam alguma verba, 18 tiveram um investimento inferior a R$ 10 mil.
‘Aposta’ em nome pouco conhecido lidera ranking de investimentos entre candidatos para deputado estadual
Enquanto 10 dos 15 nomes com maiores recursos para campanhas distritais buscam a reeleição, no âmbito estadual são apenas 3 do ‘top 15’.
O primeiro lugar do ranking é ocupado pela candidata Nina, do União Brasil, que conta com R$ 800 mil oriundos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha.
Uma ‘aposta’ do partido que chama a atenção pela novidade, já que trata-se de um nome ‘novo’ no meio político catarinense. Nina possui uma ainda curta carreira em âmbito municipal, sendo eleita vereadora de Apiúna, cidade de 10 mil habitantes, em 2016.
Após esse mandato, concorreu ao cargo de prefeita do município, mas não foi eleita.
Apesar de ser um total de 617 candidatos, o montante total de recursos investidos às campanhas tem um valor bem inferior em comparação aos candidatos federais.
O total soma R$ 35,5 milhões, uma média de R$ 57,6 mil por candidato.
Desse total, 19,6% receberam um valor acima de R$ 100 mil dos fundos, enquanto 93 candidatos administram suas campanhas com recursos públicos entre R$ 1.146,19 até R$ 10 mil.
Modelo dificulta renovação
Os partidos políticos brasileiros têm à disposição mais de R$ 5,5 bilhões no ano de 2022 para utilizar em suas campanhas eleitorais através do FEFC (Fundo Especial de Financiamento de Campanha) e do Fundo Partidário.
Os recursos públicos para as campanhas dos deputados federais contabilizaram mais de R$ 66,8 milhões.
Já as campanhas dos deputados estaduais custaram mais de R$ 35,5 milhões aos cofres públicos.
As campanhas dos candidatos a deputado federal e estadual por Santa Catarina reúnem, ao todo, R$ 102,4 milhões.
“Os partidos favorecem quem já é político? Geralmente sim, mas eles o fazem principalmente porque querem vencer”, diz o cientista político e professor do Departamento de Sociologia da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Jean Castro.
Para o professor isso justifica o investimento em nomes já conhecidos, assim como famosos e celebridades. Castro acrescenta que a renovação na política é algo “desejável”, principalmente para evitar o engessamento de uma “oligarquia política viciosa”, com casos de corrupção e incompetência, por exemplo.
No entanto, pondera que esse tipo de mudança não é tão simples de ser feita.
“Considerando que nas democracias modernas a política é uma profissão, nunca teremos renovação total a cada eleição e talvez isso nem fosse desejável, porque também é preciso ter experiência para exercer a política e produzir resultados”, conclui o cientista político.
Estatísticas:
Os 15 nomes que exercem mandato atualmente representam apenas 4,7% dos 313 candidatos nas eleições de 2022. No entanto, os investimentos de suas campanhas somam R$ 21,4 milhões, o que significa 32% dos R$ 66,8 milhões investidos ao todo nos candidatos ao cargo em Santa Catarina.
Santa Catarina tem direito a 16 vagas na Câmara dos Deputados do Congresso Nacional. Dos atuais representantes, 15 buscam a reeleição ao cargo. A única exceção é Celso Maldaner (MDB), que atualmente é candidato ao Senado pelo Estado.
Com informações do ND+