Aos 38 anos, Joelma Machado foi diagnosticada com câncer de mama e luta no combate à doença. Apesar do risco de vida, ela decidiu focar na felicidade e é um exemplo de superação.
Joelma Machado, de 38 anos, mora no bairro Arizona, em Lauro Müller. Casada, mãe de três filhos, mantinha uma rotina intensa, como a maioria das mulheres. O trabalho como locutora de rádio, os afazeres da casa, uma pausa para academia, outra pra cuidar da beleza e de seus longos cabelos, entre tantas outras atividades que fazem parte do dia. Tudo parecia estar bem, até que uma dor mudou sua realidade.
Há dois meses, Joelma acordou sentindo uma dor diferente em seu corpo. Algo lhe incomodava. Procurou o médico para entender o que estava acontecendo e recebeu o diagnóstico: câncer de mama triplo negativo. “Foi de repente. Do nada acordei com dores, como se houvesse uma coisa dentro de mim me mordendo, juntamente com um caroço. Quando descobri que era câncer foi desesperador. Fiquei sem chão. Nessa hora a gente só pensa na morte”, conta.
A notícia do câncer foi compartilhada com a família que ficou abalada, mas prontamente disposta a apoiá-la nesse momento difícil e assim iniciou o desafio. Joelma teve que se afastar do trabalho e lidar com o tratamento de quimioterapia e todos os seus efeitos. “Minha rotina mudou totalmente. Tive q me afastar do trabalho devido às reações da quimioterapia. Eu amava fazer academia, mas hoje posso fazer apenas caminhadas, sem contar a alimentação que também mudou”, comenta.
Apesar de todas as dificuldades e reações que o câncer traz ao corpo e a vida do paciente, Joelma escolheu encarar a doença de uma forma diferente. “Quando recebi a notícia fiquei arrasada, mas agora estou encarando de boa. Sou uma mulher forte! Prefiro pensar no hoje, no agora. Quando nos deparamos com uma notícia dessas, na luta contra o tempo, só penso na minha cura, em viver um dia de cada vez”, analisa.
O desapego ao cabelo – uma prova de amor
Semanalmente Joelma faz sessões de quimioterapia para combater o câncer de mama e um dos efeitos é a queda de cabelo. Para a mulher, cuidar do cabelo faz parte da rotina. Há um sentimento com cada fio. Saber que seus cabelos irão cair pode causar sérios transtornos. “Meus cabelos eram tipo: meu cabelo minha vida. A gente brinca e ri, mas, foi muito difícil pra mim”, lamenta.
Com a queda intensa dos fios, Joelma decidiu raspar a cabeça e nesse dia recebeu uma das mais lindas manifestações de amor do seu esposo, Gegori Girardi. “Eu estava no carro de frente para o salão de beleza, para raspar minha cabeça. Entrei em desespero, chorava muito. Não queria ficar sem meus cabelos. Foi quando meu marido apareceu, como se Deus tivesse colocado ele em minha vida para me dar forças nesta hora. Ele saiu do carro, e foi para o salão. Sentou na cadeira e disse para a cabeleireira: ‘enquanto ela não se decide, raspe o meu’. Eu fui em direção a ele e disse: ‘não faça isso, você vai se arrepender mais tarde’. Então ele falou: ‘estamos juntos nesta, você raspa eu raspo, certo?’. Eu sorria e chorando ao mesmo tempo, vendo ele raspar a cabeça por mim, pra me apoiar, me passar segurança. Entendi que aquilo era só uma fase e que logo vai passar. Olhei pra ele e pedi pra raspar meus cabelos também. Ele é um anjo em minha vida. Prova maior de amor que essa não há”, relata detalhadamente um dos momentos mais emocionantes da sua vida.
Tire o foco do medo
Joelma Machado continua na luta pela vida e quer vencer o câncer. Ainda há muitas etapas pela frente. Para a locutora, receber o apoio da família e dos amigos faz toda a diferença para quem enfrenta a doença. “O apoio da família é muito importante. Você sente a necessidade de vencer o câncer por eles”. Ela também explica que o medo da doença pode derrubar o paciente e todos que estão em sua volta.
A locutora decidiu tirar o foco do medo e focar na felicidade de vivenciar um dia de cada vez. “O medo que as pessoas sentem em ficar doentes acaba levando-as para baixo. Acontece que o que há de ser será! Ainda que a doença apareça, pensar nela antes, durante e depois é um fato desnecessário. O melhor que se pode fazer é focar na cura, no bem-estar de corpo e de alma. Estar bem consigo mesmo, sem neuras, sem estresse desnecessário, sem buscar antecipar um mal que pode nem vir”, explica.
A lauromüllense continua sua luta e aconselha a todos, que talvez estejam em uma situação parecida com a dela, a simplesmente ser feliz. “Foque na felicidade, busque fazer o que ama e o que lhe faz feliz. Procure o abrigo dos amigos, da família, dos filhos, dos livros que ainda não foram lidos, dos lugares que ainda não visitou, das músicas que ainda não teve a oportunidade de ouvir e dos filmes que ainda não assistiu. Trace a meta da felicidade e corra atrás dela, ela sim vale a pena!”, reflete.
Veja vídeo: