A chefe do Executivo se disse abalada após ter sido proibida de realizar atendimento na Estratégia de Saúde da Família (ESF) situada do centro.
Com a rescisão de um médico, a médica e prefeita de Lauro Müller, Saionara Bora, decidiu realizar atendimentos na Estratégia de Saúde da Família (ESF) Francisca Korb, situada do centro. Contudo, antes mesmo de iniciar as consultas, nesta terça-feira, dia 17, foi informada que não poderia fazer isso devido a uma denúncia anônima, feita ao Ministério Público de Santa Catarina, alegando desvio de função.
“Quando soubemos do desligamento do médico, eu tinha muitas coisas para resolver na Prefeitura. Mas essa semana eu me adiantei e disse que iria, e assim combinamos, nas terça e quintas-feiras. Seria apenas por uma ou duas semanas, pois a médica disse que viria. O meu atendimento seria sem custo nenhum para o Município. Eu recebo porque estou prefeita e não teria nenhum acréscimo. Mesmo que a lei permitisse, eu não faria isso. Seria uma dedicação voluntária por amor à profissão”, justificou ela em entrevista à Rádio Cruz de Malta.
A chefe do Executivo se disse bastante abalada com a situação. “Eu chorei muito, fiquei transtornada”, contou. “Quem fez isso foi a oposição. Eu não estou dizendo político, mas a oposição. Que oposição é essa que prefere prejudicar uma população, que diz respeitar e defender, para atingir uma prefeita? Eu gostaria que a pessoa que fez isso tivesse um pouco de honradez e dissesse por quais motivos fez”, acrescentou.
Em sua defesa, ela afirma que isso já aconteceu em outras cidades e que há, inclusive, matérias publicadas que compravam. “Por que em outros municípios pode e nós não podemos? Qual a diferença? Claro que eu acredito que a nossa procuradora vai recorrer, mas é uma denúncia. A promotoria está certa em apurar quando acontece uma denúncia. Mas este problema vai ficar mais grave”, adiantou.
Ela explica que a profissional que irá substituir o médico que pediu exoneração está de licença maternidade. “A médica do Barro Branco entrou de férias, são 30 dias. Já a médica que aceitou vir trabalhar, que foi chamada por ter feito o concurso, tem um bebê de dois meses. Então ela tem direito a quatro meses de licença gestacional e não poderá trabalhar. Neste período, não poderemos chamar outro profissional para atender no centro”, informou.
Por conta disso, ajustes serão necessários para remanejar os médicos em atuação. “Com a diminuição dos casos de Covid-19, o Dr. Fábio ficará à tarde na unidade do Centro e pela manhã no Centro de Triagem, que não abrirá à tarde. Então é mais um resultado do ato dessas pessoas”, alegou. Contudo, caso haja autorização legal, a prefeita e médica se dispõe a realizar os atendimentos. “Se a Justiça deixar eu atender lá, podem ter certeza que eu volto no dia seguinte mesmo”, garantiu.
A reportagem manteve contato com o Ministério Público, que, por meio de assessoria, declarou que nenhuma informação sobre os fatos será repassada.