A temporada de pesca artesanal da tainha começou nesta terça-feira (1) para quem pesca na praia ou com barco sem motor. Quem trabalha com barco com motor com rede de anilha poderá pescar a partir do próximo dia 15.
Nesta categoria com barcos de pequeno motor, a maior concentração desses pescadores está na região do Farol de Santa Marta, com 30 embarcações, envolvendo 600 profissionais, onde neste primeiro dia de captura, cerca de uma tonelada já foi pescada.
Este período, antes da liberação da pesca industrial, dá esperanças aos pescadores de pequenas redes, tarrafas e menores embarcações capturarem o peixe, anterior aos grandes barcos industriais carregados de tecnologia. A pesca da tainha é concentrada nos municípios de Florianópolis, Palhoça, Laguna – a maior comunidade pesqueira do Sul do Estado, Garopaba, Imbituba e Passos de Torres.
Em 2017, o Estado teve a maior safra das últimas três décadas, com a captura de cerca de quatro mil toneladas do peixe. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, o governo busca alternativas para enfrentar uma redução de cardumes juvenis da espécie, apontada pelo próprio Plano de Gestão da Tainha.
Para uma boa temporada de tainha, é essencial que aconteçam duas situações climáticas: frio e vento Sul – o que não é o caso nas últimas semanas. Muitos cardumes partem da Lagoa dos Patos (RS) e sobem o litoral atrás de águas mais quentes.
Os pontos de partidas são o litoral do Rio Grande do Sul e a bacia do Rio da Prata, entre Uruguai e Argentina, grandes berçários do peixe. Mais de 50% não costumam chegar até o Rio de Janeiro, acabam nas redes dos pescadores catarinenses.
As tainhas são vistas em cardumes, pois é uma característica da fecundação, onde as fêmeas lançam os óvulos no mar e se encontram com os espermatozóides por acaso, por isso, elas nadam tão juntas.
Além dos costões, a tainha poderá ser capturada tradicionalmente nos Molhes da Barra, também em Laguna, onde pescadores e botos ficam na espera.
O vento Sul soprando ajudará na entrada do peixe no canal. Tarrafas com mais de 80 peixes podem ser vistas sendo tiradas da água. O preço da tainha chega a custar de R$ 10 a R$ 15, dependendo do tamanho e peso.
Em Santa Catarina, a captura industrial só pode ocorrer a partir de 5 milhas da costa. A artesanal ocupa desde a praia até três milhas mar adentro. As limitações foram impostas, após um acordo com o Ministério Público Federal, em uma tentativa de proteger a espécie.
Com informações do Portal Notisul