O piloto da websérie sobre zumbis, Protocolo 43, produzida por jovens do Sul de Santa Catarina, estreou na quinta-feira (25), no YouTube. O seriado conta a história de sobreviventes catarinenses após uma epidemia de vírus desconhecido. Foi produzido de maneira totalmente independente por um grupo de amigos de Orleans.
Os idealizadores Áthila Mattei, Darlan Carboni Coan, Douglas Dias, Fernando Mazon e Nicola Patel Filho não tinham nenhuma experiência com cinema, mas munidos de uma ideia na cabeça e câmeras nas mãos começaram o projeto em 2012.
Foram escritos 12 episódios. O piloto, com duração de 45 minutos, foi possível graças ao empenho aos fins de semana do elenco e dos diretores, de patrocinadores locais e financiamento coletivo – os recursos somados chegaram a R$ 33 mil, usados para viabilizar as gravações e edição do episódio que foi ao ar.
As cenas foram feitas na Serra do Rio do Rastro, Urussanga e Orleans e a edição foi como costurar uma colha de retalhos, já que a equipe não dispõe de locações ou estúdios de filmagem profissionais. “O elenco tem 12 pessoas, mas vai chegar a 20 ao longo da série. Ninguém é da área de cinema. Todos nós temos uma profissão em paralelo, de advogado a atendente de posto de gasolina”, diz Áthila Mattei, 30 anos.
Ele é o autor do roteiro e diretor da websérie e desde 1996 acompanha obras sobre zumbi, desde games como Resident Evil e The Evil Within a seriados de TV populares como The Walking Dead. Contou que precisou de duas horas para convencer a maquiadora profissional Daniela Nagel a participar do projeto. Em vez de maquiagens tradicionais, ela fez cursos e pesquisas para transformar os atores em mortos vivos.
ZUMBIS, CULTURA POP, VÍRUS E CORRUPÇÃO
Depois de três semanas de um evento apocalíptico que culminou com a contaminação do mundo por um vírus desconhecido é que começa a história de um grupo de sobreviventes no Sul de Santa Catarina. Eles buscam proteção em locais isolados nas zonas rurais e não sabem ao certo o que está acontecendo ao redor. Tentam sobreviver ao vírus, aos infectados, aos zumbis e a eles mesmos. É um jogo. Não se sabe quem está escondendo algo ou quem está manipulando.
“Zumbi é um corpo vivendo para suprir o instinto mais básico, que é comer. Os personagens têm personalidade ambígua, que pode ser tanto boa quanto má”, diz o diretor.
Por questões biológicas e óbvias ele não acredita numa invasão de zumbis, mas ressalta que a metáfora é pertinente e compara a corrupção no Brasil a um vírus. Quem não se corrompe é um sobrevivente.
“No seriado o nosso foco está no drama dos sobreviventes, não apenas no sangue e no trash. É possível fazer crítica. E ela existe. Ao longo da trama são abordados temas como estupro, alcoolismo e prostituição, com personagens que têm histórias marcantes revividas em flashbacks”.
Com informações do site Diário Catarinense