A escola de Educação Básica Toneza Cascaes, de Orleans, apresentou a Proposta de Educação Integral para o Ensino Médio aos atuais e futuros alunos e pais, durante encontro realizado na noite dessa quarta-feira (25). As novas metodologias de ensino e as mudanças curriculares serão implantadas em 2018 pelo Governo do Estado. O projeto conta com parceria do Instituto Ayrton Senna e apoio do Instituto Natura.
Dessa forma, visa-se aumentar a qualidade da educação, diminuindo, assim, as desigualdades dentro do sistema educativo público e privado. O objetivo é oferecer oportunidades para os educadores e jovens para a construção conjunta de uma educação que valoriza o aprendizado de conteúdos tradicionais, mas também desenvolve competências essenciais para a vida profissional e pessoal de professores e estudantes.
“A intenção é esta, proporcionar aos alunos mais tempo na escola, mais tempo de convivência e de aprendizagem. Esperamos que vocês nos dê o sim, que será através da matrícula, e que gostem do programa. Nossa expectativa é que dê muito certo, pois, com certeza, é isso que fará a diferença na vida escolar dos filhos de vocês”, destacou gestora da Gerência Regional de Educação – Gered, Juci Fernandes, ao abrir os pronunciamentos.
Para explicar como funciona o novo sistema, o professor Tiago Kestering Pereira, que atua no ensino médio integral da EEB Cataneo Bezz Batti, de Urussanga, desde fevereiro, há oito meses, narrou a experiência dele. “A proposta é realmente muito boa. Por meio dela, o aluno não apenas reproduz conhecimento, mas sim, produz. Com isso, os estudantes acabam desenvolvendo um olhar crítico sobre a sociedade, tornando-se cidadãos ativos e participativos. As disciplinas não são ensinadas de maneira individual, mas de forma integrada, conectada”, explicou.
Segundo o educador, que atuará no ensino médio integral da escola no próximo ano, a metodologia de ensino foge bastante da tradicional. “Não há muitas aulas expositivas. A metodologia é mais ativa, os alunos põem mais a mão na massa e aprendem mais com leitura e produção textual. Todas as disciplinas trabalharão com produção textual, inclusive matemática, física e química, por mais que seja difícil de imaginar. Com isso, eles estarão mais preparados não apenas para ingressar na universidade, mas melhor aproveitar o que ela tem a oferecer”, acrescentou Tiago.
Ele contou ainda que, nesta nova modalidade, viagens de estudo são frequentes. “Neste ano, os alunos do ensino médio integral de Urussanga já conheceram a Epagri em São Joaquim, Interpraias em Balneário Camboriú e a Trilha de Naufragados em Florianópolis”, disse.
Preparação para a vida
Conforme informações oficiais do Governo do Estado, as aulas e projetos partem de questões e desafios do mundo real, estimulam a criação, a participação ativa e a colaboração, e levam o estudante a vivenciar e colocar em prática as habilidades. No Projeto de Vida, por exemplo, um dos componentes da proposta, os jovens têm a oportunidade de pensar, planejar e começar a construir sua trajetória pessoal, com o apoio dos professores e da família.
A diretora Viviane Corrêa explicou aos pais que, através dos ensinamentos transmitidos, os alunos desenvolverão competências que os tornarão também pessoas melhores. “Vocês irão perceber que eles irão adquirir mais responsabilidade, saberão organizar melhor o tempo, conviverão mais facilmente com o próximo, aceitando e sabendo conviver com as diferenças, e conseguirão lidar com as dificuldades. Ou seja, serão independentes e maduros. Os reflexos irão refletir no dia a dia em casa e também no futuro deles”, observou.
Assista no vídeo abaixo os depoimentos de participantes do Ensino Médio Integral:
Como funcionará
As aulas ocorrerão durante cinco manhãs e quatro tardes da semana. Apenas no período vespertino das quintas-feiras não haverá aula. Inicialmente, serão duas turmas de, no máximo, 30 alunos por sala. Em relação à grade curricular, o que muda do regular para o integral é que passam de três para sete aulas por semana das disciplinas de Português e Matemática.
Os alunos que já iniciaram o ensino médio regular no período diurno poderão concluir normalmente. Dessa forma, concluirão nos próximos dois anos. Aos alunos com idade mínima de 16 anos e que não têm interesse em cursar o ensino médio integral, será oferecido ensino médio regular durante o período noturno.
Já no que se refere às mudanças na estrutura física da escola, o Governo do Estado sinalizou a construção de uma sala informatizada e dos vestiários feminino e masculino.
Pais apontam receios
Após os pronunciamentos, os pais tiveram espaço para tirar dúvidas e dar a opinião deles. Entre os principais receios, está o fato de que, durante o Ensino Médio, os filhos atingem a idade em que passam a auxiliar mais em casa, tanto no que se refere aos afazeres domésticos quanto na questão financeira.
A diretora Viviane Corrêa, entretanto, reforçou os benefícios que a mudança trará. “Tudo que é novo causa estranheza, mas nós pedimos a vocês que acreditem em nossa equipe porque vamos fazer valer a pena. É um desafio para nós profissionais também, mas, após o curso, fiquei apaixonada pelo projeto. O intuito é oferecer uma educação de qualidade, vamos apostar em nossos estudantes. Será um sucesso, tenho certeza disso”, defendeu.
“Alguns alunos se demonstram desinteressados porque, em um primeiro momento, acham que o dia todo na escola, durante as oito horas, ficarão sentados, ouvindo o professor falar e copiando o conteúdo. Realmente seria maçante desta forma. Mas como foi apresentado, as atividades são muito interativas e os estudantes não ficarão apenas em sala de aula. Eles participarão de diversos projetos”, acrescentou.
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