Orleans está sediando, desde as primeiras horas da manhã desta segunda-feira (17), o Seminário Autismo: um novo jeito de ensinar, um novo jeito de aprender. O evento lotou o Centro de Vivências Museu ao Ar Livre.
Trata-se de uma realização da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, através da Comissão de Defesa das Pessoas com Deficiência, em parceria com a Escola do Legislativo, e com apoio da Apae de Orleans, do Conselho das Apae’s da Região Encostas da Serra e do Centro Universitário Barriga Verde – Unibave.
O seminário tem como objetivo promover a capacitação e levar conhecimento aos profissionais que atuam com autismo na educação regular ou em instituições especializadas em educação especial. Foi com este intuito que a Apae de Orleans, fundada em 22 de agosto de 1982, que, neste ano, completa 35 anos de existência, solicitou a realização do evento para debater políticas públicas voltadas ao atendimento de autistas.
Na abertura do evento, compuseram a mesa de autoridades, o deputado estadual e presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, José Nei Alberton Ascari; o prefeito de Orleans, Jorge Luiz Koch; o presidente da Apae de Orleans, Lorenço Ascari Junior; o presidente da Federação das Apae’s de Santa Catarina – FEAPAES/SC, Júlio César Aguiar; o reitor do Unibave, Elcio Willemann; a presidente da Associação Catarinense de Autismo, Cátia Cristiane Punhajen Franzoi; a promotora de Justiça da Comarca de Orleans, Lara Zappelini Souza; e o autodefensor da Apae de Orleans, Sidnei Silva Porfiro.
O presidente da FEAPAES/SC, durante seu pronunciamento, destacou a importância do seminário. “Com a promoção de iniciativas como essa em todo o estado, é possível dar mais conhecimento aos nossos funcionários. Nós precisamos de funcionalidade, dar condições e educar para a vida. Com conhecimento, isso fica mais fácil. É muito importante a realização deste evento e a parceria com a Alesc. Nossos funcionários são excelentes. Eles fazem sempre o melhor. Se nós dermos condições e conhecimento, com certeza, a qualidade de vida de nossos alunos será muito melhor. Sairemos todos daqui muito mais motivados e com mais vontade”, destacou Julio Cesar.
O deputado estadual José Nei Ascari seguiu a mesma linha. “Este é o 12º evento que conta com a participação da Comissão da Pessoa com Deficiência da Assembleia Legislativa realizado somente neste ano. São dois eventos em média por mês. Nós já conseguimos contabilizar neste período aproximadamente seis mil profissionais unidos em todo o estado em investimentos parecidos como este”, contou. “Há muitas leis estaduais e municipais, mas se estiveram apenas no papel, não surte o efeito desejado, não garante os direitos. Por isso, uma das ações desenvolvidas na Alesc é a criação do Estatuto da Pessoa com Deficiência no Estado, que vai reunir em um só documento toda esta legislação para facilitar justamente a consulta e o acesso a esses direitos”, acrescentou.
Durante a cerimônia de abertura, o hino nacional brasileiro foi cantado pela psicóloga da Apae de Orleans, Fernanda Zanette Oliveira, acompanhada ao som do piano pelo maestro orleanense Paulovik Debiasi. A dupla também interpretou a música Paciência, de Lenine, enquanto os alunos da Apae de Orleans Elias da Silva Celso e Gabriela Adriana de Almeida Padilha realizaram apresentação de dança, sendo aplaudidos de pé ao fim da coreografia.
Seminário marca início das comemorações do aniversário da Apae de Orleans
A realização do Seminário sobre Autismo foi marcando também pelo início das comemorações do aniversário de 35 anos da Apae de Orleans. Durante a abertura do evento, foi apresentado o vídeo institucional da instituição. Além disso, o presidente da Apae de Orleans, ao fazer uso da palavra, chamou a todos os colaboradores da instituição, presentes no seminário, para subirem ao palco e receberam o reconhecimento pelo trabalho exercido durantes estas mais de três décadas de atuação.
“Eu seria injusto se ocupasse o lugar de maior destaque neste dia em que iniciamos nossas comemorações de 35 anos de fundação. Estou na condição de presidente da Apae pelo segundo mandato, mas minha passagem é breve. Estou no último mandato e não permanecerei mais na diretoria. Muitas vezes, é o Lorenço que leva a fama do que acontece na Apae de Orleans. Mas é injusto. Ela é feita por estas pessoas, quem faz a Apae de Orleans ser referência no estado e ser reconhecida nacionalmente são estes profissionais”, destacou.
Em seguida, o grupo recebeu uma calorosa salva de palmas e também um certificado de homenagem, pelas mãos do presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Alesc, deputado José Nei Alberton Ascari, pelos 35 anos de trabalho. A instituição também entregou troféus como forma de homenagear instituições e pessoas físicas amigas da Apae de Orleans.
A instituição tem como uma das metas manter a Escola Especial Lar da Esperança, que atende gratuitamente 94 pessoas com deficiência intelectual e múltipla, de zero ano à idade adulta. O atendimento compreende educação infantil, estimulação precoce prosseguindo através do ensino fundamental, serviço pedagógico específico, atendimento educacional especializado e os serviços de atendimento específico. A Apae de Orleans tem como missão promover e articular ações de defesa de direito e prevenção, orientação, prestação de serviços, parceria com a família, direcionadas à melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência.
Programação
Após a abertura, foi dado início à mesa redonda “Autismo: socialização, inclusão e reabilitação”, formada por Rafael Silva Fontenelle, profissional da saúde, e ativistas da causa, Rodrigo Tramonte, diagnosticado com Síndrome de Asperger, e Cátia Cristiane Punhajen Franzoi, mãe de autista.
Em seguida, ainda pela manhã, o doutor em Educação Antonio Eugênio Cunha proferiu palestra com o tema “Afeto e Aprendizagem”. Já nesta tarde, entre 13h30min e 18 horas, é realizada a palestra “Autismo e inclusão: da teoria à prática”. Entre as temáticas abordadas, estão: O que é autismo? Inclusão escolar e social: como educar o aluno com autismo? Etiologia, identificação, construção do currículo funcional, autismo e processos cognitivos, práticas de ensino e propostas de atividades para a escola e a família.
Veja o currículo dos participantes neste link.
Fotos: Ketully Beltrame / Sul in Foco e Priscila Dimon / Retratus
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