Uma ideia simples ganhou o apoio da comunidade e de empresários e está ajudando a melhorar a situação dos cães de rua em Lages, na Serra catarinense. Ao todo, 500 casinhas feitas com material ecológico serão instaladas para proteger os animais do frio que chega na região nessa época do ano. As estruturas são colocadas nas praças e principais pontos dos 71 bairros da cidade. Além de conforto, o projeto prevê facilitar o processo de castração e cuidado dos cachorros para que a população pare de crescer.
Há 10 anos, a empresária Bruna Uncini, 26 anos, se envolve com algum tipo de cuidado de animais de rua, levando alguns ao veterinário e buscando lares para filhotes encontrados. Mas uma situação neste ano mostrou que era preciso uma nova atitude. Depois de ver alguns bichos sofrendo com o frio ao amanhecer, ela encontrou um sacola cheia de filhotes à beira da estrada.
"Não tem mais como recolher e dar lar a todos. Muito mais gente abandona do que adota. A solução inicial era melhorar a condição deles nas ruas", conta Bruna, que passou a pesquisar como fazer isso.
Ela encontrou a empresa DW Artesanato de Rio do Sul, que produz casinhas com material ecológico e resistente a grandes variações de temperaturas e a chuva. Fez então uma parceria para receber as acomodações em Lages sem o custo do frete. Para arcar com o valor de R$ 106 por casinha pediu ajuda nas redes sociais e encontrou novos parceiros como Bruno Hartmann, da Gerência de Proteção Animal de Lages, e Clênia Souza, do grupo de voluntário Adote Lages.
"Tem muita gente que quer ajudar, mas não pode receber um animal. Passamos a aceitar doações e também convidamos empresários a serem padrinhos de uma casinha e ter sua marca divulgada junto ao projeto", explica Bruna.
Na última semana, as primeiras 20 casinhas foram instaladas e nesta quarta-feira outras 20 serão colocadas nas ruas de Lages. A comunidade aceitou bem o projeto e tem ajudado espontaneamente a colocar água e comida nesses pontos.
Castrações e conscientização
Em um próximo momento, o grupo espera mobilizar alguns veterinários para realizar castrações voluntárias para evitar que a população de cães abandonados aumente. "Ficará mais fácil de encontrar os animais e de acompanhar o pós-cirúrgico, uma vez que eles devem ficar próximos das casinhas", explica Bruna.
A última etapa é trabalhar com a comunidade para buscar a conscientização das pessoas quanto responsabilidade que cada um tem quando se propõe a cuidar de um animal e os riscos e problemas gerados quando eles são abandonados.
"A ideia é paliativa, mas ajudará a conscientizar as pessoas. Nada disso seria necessário se as pessoas não abandonassem os animais", destaca Bruna.
Com informações do site Diário Catarinense
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