Após as festas de Momo, a revitalização dos Molhes da Barra, em Laguna, será uma das prioridades da prefeitura para fomentar ainda mais o turismo. Os recursos seriam disponibilizados pelo Governo Federal, mas devido à crise econômica enfrentada pela União no ano passado, o repasse foi adiado.
O prefeito Everaldo dos Santos mantém cautela, mas se mostra otimista quanto ao tema. “O Ministério do Turismo repassaria a Laguna cerca de R$ 2,9 milhões para esse projeto, mas a crise monetária que estourou em 2015 atrapalhou tudo. Voltaremos a tratar o tema neste ano contando com a ajuda de parlamentares catarinenses”, explica.
Pelo projeto, a estrada dos Molhes seria pavimentada com lajotas do tipo paver, haveria cabeamento subterrâneo para iluminação em toda a extensão de 1,5 quilômetro entre a entrada e o farol e ponto de observação para os golfinhos. A ideia inicial é de fechar o acesso para veículos, deixando a passagem apenas para pedestres e ciclistas. “É uma sugestão que nos é passada com frequência por muita gente da comunidade”, ressalta o prefeito.
Uma novidade na revitalização pode ser a colocação de trilhos para vagonetas (pequena plataforma sobre rodas) movidas pela força do vento, semelhante à atração existente nos Molhes de Rio Grande (RS) e que faz sucesso entre os turistas há mais de 50 anos.
Fonte: Diário do Sul
Peixes e pescadores
Os Molhes da Barra de Laguna são conhecidos internacionalmente pela pesca artesanal. Milhares de pessoas visitam o local todos os anos devido à prática da pesca com auxílio dos botos, cetáceo da espécie Tursiops truncatus, ou boto-de-tainha, como também é conhecido. É considerado Patrimônio Natural do Município pela Lei 521/97, de 1997.
A dieta deste mamífero inclui peixes, lulas e crustáceos. Entre os peixes mais consumidos pela espécie estão as tainhas. Por isso, a pesca com a ajuda dos botos é mais frequente na época de migração deste peixe, entre os meses de maio e julho.
Os botos agrupam às presas por meio de movimentos circulares. Depois, empurram os peixes contra os pescadores e, por fim, os botos executam um movimento acima da superfície, que serve de sinal para que seja jogada a rede.
História
No ano de 1936, devido a problemas de navegabilidade, foram iniciadas as obras dos Molhes da Barra de Laguna. Ao longo dos anos, foram feitas diversas adaptações.
Na época da Segunda Guerra Mundial, os Molhes foi muito utilizado para entrada e saída de navios no Porto de Laguna, onde teve sua década de maior importância, quando eram usados para abastecer de carvão as caldeiras dos navios de guerra, a entrada e saída de embarcações era grande.
O canal também servia para distribuição de suprimentos oriundos da agricultura e pesca da região. Em 1945, começa o lento declínio das atividades, devido ao estrangulamento da barra, prejudicando a navegação. Em 1958, iniciam-se os estudos para melhoria da barra do Porto de Laguna, que culminaram com a elaboração dos projetos. Em 1974, em função de uma enchente do rio Tubarão, houve a ruína da extremidade do Molhe Sul, o que ocasionou o agravamento da situação, obstruindo o acesso ao Porto de Laguna por embarcações de maior porte. No ano de 2001, foram iniciadas as obras de reconstrução dos Molhes Sul, finalizado, de acordo com o consórcio, anos depois.
Colaboração: Comunicação Prefeitura de Laguna