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Projeto de Equoterapia da APAE atende alunos e comunidade, em Cocal do Sul

A atividade contribui na reabilitação e melhoria da qualidade de vida

Divulgação

Com o objetivo de proporcionar aos alunos e usuários com inabilidades neuromotoras e neurossensoriais a possibilidade de um contato sensorial com o cavalo, contribuindo para sua reabilitação e melhoria da qualidade de vida, a APAE de Cocal do Sul, oferta desde 2016, atendimentos de Equoterapia.

A equoterapia tem sua base nos conceitos de equitação e nas atividades que utilizam o cavalo como meio de proporcionar ao praticante resultados positivos em relação à melhoria de equilíbrio e do tônus muscular, exigindo uma ação total do corpo, ajudando na consciência e alinhamento corporal, coordenação motora, além de trazer melhorias nos aspectos psicológicos e sociais, autoconfiança e principalmente autoestima.

“O cavalo atua não somente como um espelho onde são projetadas as dificuldades, progressos e vitórias, mas também como um novo estímulo, que propicia novas percepções e vivências. Cavalgar neste animal dócil, porém de porte avantajado, leva o praticante a experimentar sentimentos de liberdade, independência e capacidade”, explica a fisioterapeuta da APAE Cocal do Sul, Taíse Petronilho.

Desde 2016, os alunos da APAE do município são beneficiados com a prática de equoterapia, mas em agosto de 2021, através do Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (PRONAS/PCD), o atendimento pode ser ampliado para a comunidade.

“A APAE sempre ofereceu atendimento aos alunos da instituição que fossem elegíveis, ou seja, não tivessem nenhuma contraindicação, mas ainda assim, a gente não tinha uma equipe que pudesse dar conta do número de alunos que podiam se beneficiar da terapia. Outro ponto que analisamos, foi o quanto a equoterapia poderia beneficiar pessoas da comunidade que passavam pela APAE numa avaliação e tinham alguma dificuldade de aprendizagem ou alguma deficiência, mas não eram elegíveis à APAE, ou seja, não poderiam ser alunos, mas necessitavam de um atendimento como a equoterapia”, destaca Taíse.

A ampliação no atendimento

Observando a necessidade de ampliação do projeto Galope da Alegria, a equipe de profissionais da APAE, elaborou um documento que foi apresentado para o PRONAS. “Fomos selecionados com o valor de R$ 175.987,06 para que a gente pudesse estar ampliando a equipe e aumentando a oferta de serviço por um período de 12 meses. Iniciamos no mês de agosto de 2021, com as contratação e a parte burocrática e em seguida, começamos também, com as avaliações e os atendimentos”, lembra o Presidente da APAE Cocal do Sul, Pedro Bertan.

Com o PRONAS, a APAE conseguiu ampliar a carga horária do profissional fisioterapeuta, fonoaudiólogo, médico, psicólogo, terapeuta ocupacional e além disso, conseguiu fazer a contratação de outros profissionais não disponíveis até então na equipe, como médico veterinário e equitador.

Antes da ampliação de profissionais, o Centro de Equoterapia atendia 37 praticantes, que agora, em 2022 com o PRONAS, já chega aos 70, envolvendo alunos e comunidade. “A sessão dura em média 30 minutos e a estimativa é que ao final do projeto, tenhamos realizado mais de 2 mil atendimentos”, conta a fisioterapeuta, Taíse Petronilho.

Os benefícios da Equoterapia

Se engana quem pensa que a equoterapia consiste apenas no trabalho fisioterapêutico junto ao cavalo. É necessário uma equipe multidisciplinar para que a sessão de equoterapia aconteça com sucesso. O Centro de Equoterapia Galope da Alegria conta com médico, fisioterapeuta, psicóloga, fonoaudióloga, terapeuta ocupacional, equitadora e veterinário.

É obrigatório a todos os praticantes, que são os pacientes da equoterapia, passar por uma avaliação inicial com o fisioterapeuta, psicólogo e com o médico. “O médico precisa analisar o que pode ser uma contraindicação absoluta, ou relativa, ou fazer a indicação da terapia. O fisioterapeuta também avalia e estará presente durante as terapias à qual se ver a necessidade, além de estar planejando e conduzindo as atividades com o praticante”, comenta a fisioterapeuta da APAE, Taíse Petronilho.

Ao psicólogo consiste, dentre outras atividades, estimular os aspectos psicológicos e cognitivos do praticante. “Desse modo possibilitamos o desenvolvimento da conscientização corporal, autoconfiança, noção de limite, além das formas de interação e como o praticante se relaciona consigo mesmo e com o mundo”, destaca Laís Wasielevski, psicóloga do projeto. Enquanto isso, o profissional de fonoaudiologia, vai atuar durante a terapia através de estímulos e técnicas próprias da função, que estimulam a linguagem oral, escrita, a motricidade oral e funções como sucção, melhora da respiração e deglutição.

“Com a atuação do profissional de equitação, notamos a evolução de cada indivíduo no programa, alguns chegando ao pré-esportivo, onde eles já são instruídos a realizar figuras de picadeiro conduzindo as rédeas. Almejamos assim, quem sabe, inseri-los em esportes e competições equestres”, comenta o presidente, Pedro Bertan. Para ele, cada profissional na equipe merece destaque e faz com que o resultado perante cada quadro individual seja um sucesso. “Desde o cuidado com o cavalo feito pelo veterinário, passando pelo terapeuta ocupacional e suas abordagens… cada um faz a diferença nesse serviço que ofertamos e saber que podemos ampliar esse atendimento, me deixa muito feliz”, finaliza Bertan.

Quem recebe os atendimentos de equoterapia?

O público atendido pelo projeto são crianças e adultos com diagnóstico de deficiência intelectual ou múltipla, transtorno do espectro autista, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade e atraso no desenvolvimento global. As patologias atendidas estão relacionadas às dificuldades motoras e sensoriais, e cognitivas abrangendo praticantes com paralisia cerebral, déficit visual, atrofia cerebelar, déficit intelectual, má formação no corpo caloso, síndromes genéticas, mielomeningocele e atraso global de desenvolvimento.

A faixa etária atendida parte dos dois anos e meio, exceto nos casos de Síndrome de Down, que será de três anos. A idade limite depende da avaliação médica que considera a qualidade óssea, alterações posturais e cognitivas. Cada plano terapêutico é individual, realizado pela equipe multidisciplinar de acordo com as limitações e necessidades de cada praticante.

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