O auge da sua criação foi nas décadas de 40, 50 e 60, quando a produção de gordura animal (banha) para a culinária era a base da economia local.
Jovens mulheres agricultoras de Santa Rosa de Lima participaram, nesta terça-feira (24), de mais uma etapa do treinamento do ‘Projeto Porco Macau’, que visa resgatar a criação da tradicional raça suína pelas famílias do município, agregando valor a produtos alimentícios coloniais.
O projeto é uma realização da prefeitura e conta com o apoio de 20 voluntários e incentivadores locais – entre agricultores, técnicos e servidores municipais – e entidades, entre elas o Centro de Formação em Agroecologia (Cfae). “Nosso objetivo é produzir derivados do porco macau com alto valor histórico, cultural e econômico agregado; presuntos crus curados, linguiças e salames especiais, patês, entre outros; criando um produto exclusivo, com a marca da região das Encostas da Serra Geral”, destaca o engenheiro agrônomo João Augusto de Oliveira, um dos idealizadores e coordenadores do projeto.
A formação é realizada nas dependências do Centro de Geração de Renda e é conduzida pelo cozinheiro profissional Bernard Bittencourt, de Florianópolis, e pela professora Ana Beatriz Kulkamp, de Santa Rosa de Lima. Os dois participaram em 2017 de um intercâmbio entre o Cfae e a associação francesa Soleil. Na França, aprenderam sobre o preparo e todo o processo de produção de alimentos derivados de porco e de peixe. Conhecimento que agora está sendo repassado por meio do Projeto Porco Macau.
O Macau
O porco de raça conhecida como Macau tem grande importância cultural e econômica para Santa Rosa de Lima. O auge da sua criação foi nas décadas de 40, 50 e 60 do século passado, quando a produção de gordura animal (banha) para a culinária era a base da economia local. Após este período, perdeu espaço gradativamente com a popularização do óleo vegetal nas cozinhas.
“O porco macau sustentou muitas famílias, inclusive a minha, durante muito tempo. No decorrer dos anos, essa criação foi deixada para trás, mas nos dias de hoje algumas famílias ainda produzem o macau para subsistência e alguns poucos ainda comercializam”, lembra o prefeito de Santa Rosa de Lima Salésio Wiemes. “Acreditamos muito que o projeto voltará a dar valor ao porco macau, criando um produto com a cara da nossa região”, completa.
Para os organizadores e incentivadores do Projeto Macau, o sabor da sua carne tem um grande diferencial se comparado ao do suíno comercial moderno. E, por meio de desenvolvimento de receitas especiais, será possível criar produtos exclusivos, possibilitando uma nova alternativa de renda ao agricultor familiar da região.
Colaboração: André Bianchini – Departamento de Comunicação da Prefeitura de Santa Rosa de Lima