Hoje (22) está completando 30 dias da greve dos professores da rede estadual de ensino de Santa Catarina. Até o momento o cenário permanece o mesmo, ou seja, o governador Raimundo Colombo e o secretário de estado da educação, Eduardo Deschamps, continuam irredutíveis e afirmam que somente conversarão com os grevistas se eles encerrarem a paralisação e retornarem às salas de aula. Porém, os professores em greve dizem que este acordo é impossível de acontecer.
Na manhã de hoje, por volta das 10 horas, debaixo de uma chuva fina, representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação na Rede Pública (Sinte/SC), da região carbonífera estiveram mobilizados, junto com um grupo de professores grevistas, na Praça Henrique Lage, no centro de Lauro Müller, para sensibilizar os professores que não aderiram ao movimento a abraçar a causa.
Segundo a coordenadora regional do Sinte, Cintia dos Santos, na região, apenas o município de Lauro Müller mantém as três escolas estaduais funcionando normalmente. “Nesse momento o principal inimigo, além do governo estadual e dos deputados que podem votar contra nós, é o professor em sala de aula. O risco de perdermos nossos direitos históricos, conquistados nos últimos 30 anos, é muito grande. É angustiante ver que a grande maioria dos professores entrou nessa luta e foi para as ruas cobrar seus direitos, enquanto alguns insistem em permanecer na sala de aula, fortalecendo o governo”, destacou a coordenadora.
Dos 95 professores que lecionam nas três escolas estaduais de Lauro Müller, apenas quatro aderiram a greve. “Nós precisamos mostrar para a sociedade, que ao contrário do que o governo diz: que não existe greve, que o movimento está ainda mais forte. A negociação vai depender do enfraquecimento do governo do estado e na queda da sua popularidade. Por isso, o apoio dos pais e dois estudantes é fundamental para os professores que lutam por seus direitos. Nós não estarmos trabalhando hoje e perder salários, é menor do que os direitos que serão retirados da nossa carreira e que não recuperaremos jamais”, comentou.
Após permanecerem por algum tempo na praça, os manifestantes saíram em passeata em direção as escolas Visconde de Taunay, no Centro e Walter Holthausen, no bairro Sumaré, onde em frente as unidades de ensino, foram aplaudidos por alunos que foram para as janelas ver o que estava acontecendo.
Ato macrorregional no Sul
Uma grande mobilização para fortalecer ainda mais o movimento de greve vai acontecer nesta quinta-feira (23). O local da mobilização só será divulgado na hora que o evento for acontecer. Porém, segundo Cintia dos Santos, a saída está marcada para às 14 horas, em frente a rodoviária de Criciúma.
Última paralisação
A última greve dos professores da rede estadual ocorreu em 2011 e os docentes paralisaram as atividades por 62 dias. Foi a maior greve da categoria já registrada no estado. Existem possibilidades de que esta situação se repita neste ano.
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