Educação

Professor como gestor do conhecimento

Muito se tem falado sobre a necessidade de um novo perfil de professor para acompanhar o aluno do novo século, os nascidos na era digital, que não concebem o mundo sem o uso da tecnologia.

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Muito se tem falado sobre a necessidade de um novo perfil de professor para acompanhar o aluno do novo século, os nascidos na era digital, que não concebem o mundo sem o uso da tecnologia. São os nativos da era do conhecimento, para os quais as velhas formas de ensinar, aprender e produzir conhecimentos não são mais possíveis. É nesse contexto que surge o chamado “professor gestor” do conhecimento, aquele capaz de, sem se afastar da missão de educar, ter a coragem de inovar.

O prêmio Nobel da Educação, entregue há poucos dias, contou com a presença de uma brasileira entre os dez melhores educadores do mundo que nos trouxe lições preciosas de que é possível sim fazer a diferença na vida das crianças e adolescentes, mesmo em meio aos mais sérios problemas que a sociedade enfrenta. A Professora Débora, orgulho nacional, enxergou, além do lixo, da violência e da pobreza, as crianças sem perspectivas de futuro, para as quais se sente na obrigação de dar sua parcela de contribuição. Da mesma forma, o Professor Peter, queniano, ensina crianças que sobrevivem à violência, à miséria, falta de água, de comida, vítimas dos conflitos entre tribos e grande parte órfãos, numa escola sem estrutura mas, o único lugar onde é possível mudar o futuro dessas vítimas da sociedade, graças ao empenho de um professor.

Vencedor do prêmio de um milhão de dólares, os quais serão investidos na sua comunidade escolar, Peter afirma que objetiva formar alunos para transformar não só o meio em que vivem, mas para serem agentes de mudança em todo território africano. Da mesma forma, a Professora Débora projeta a mudança além do entorno da escola; é um projeto nacional. A questão do lixo vai muito além das comunidades, é um problema mundial. Assim, a Professora já está percorrendo seu estado para divulgação do projeto, que provavelmente percorrerá o país, afinal ela é uma das dez melhores educadoras do mundo, escolhida entre dez mil candidatos oriundos de 179 países.

Nos exemplos citados deparamos com os melhores modelos de “professor gestor”, aquele que sabe contextualizar o ensino, sabe trabalhar pautado na realidade e na sociedade que temos, objetivando nela inserir-se contribuindo para sua transformação. Para isso, o professor gestor precisa conhecer a cultura da comunidade escolar, ser participativo, comprometido, dinâmico, buscar incessantemente o conhecimento, ser motivado e motivador de seus alunos.

Hoje não existe mais espaço para o professor “dador” de aula, aquele que só chega ministra sua aula e vai embora, indiferente ao que se passa no ambiente escolar. Hoje o bom professor é aquele que participa ativamente na gestão e organização da escola, conhece o funcionamento e objetivos da escola, sabe trabalhar em equipe e cooperar com os outros profissionais. A escola é um espaço coletivo.

Exemplos como a professora Débora e o professor Peter devem servir de inspiração para os professores do mundo inteiro, pois provaram que criatividade, colaboração e habilidade são elementos essenciais para o progresso neste novo século.

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