A transferência da locomotiva do Museu Ferroviário de Tubarão para o Rio de Janeiro está suspensa até segunda ordem.
A transferência da locomotiva do Museu Ferroviário de Tubarão para o Rio de Janeiro está suspensa até segunda ordem. Foi o que determinou ontem o ministro interino dos Transportes, Herbert Drummond, após reunião e solicitação do deputado federal Jorginho Mello.
Durante o encontro, o deputado Jorginho Mello cobrou a falta de respeito dos órgãos competentes. “A locomotiva faz parte do Museu de Tubarão e é um equipamento histórico e cultural. Faltou respeito do prefeito do Rio de Janeiro para com Tubarão”, afirmou.
“História se faz com itens que, de alguma forma, foram importante para um determinado povo. Nesse caso, para a cidade de Tubarão, aquela locomotiva não é apenas um simples, bonito e antigo veículo abastecido por lenha, mas, sim, possui um apelo sentimental e cultural. Historiadores catarinenses explicam que a chegada da locomotiva à região, há quase cem anos, por conta da extração do carvão, ficou marcada como um símbolo da modernidade e progresso no Estado”, explicou Jorginho ao ministro.
Ao assinar o ofício recebido e pedindo o cancelamento da transferência, o ministro transcreveu à mão o que determinou, até segunda ordem, a suspensão de qualquer processo de transferência da locomotiva de Tubarão.
Lei é sancionada para manter e preservar história de Tubarão
Foi sancionado ontem, pelo prefeito Joares Ponticelli, o projeto de lei ordinária que cria o Conselho Municipal do Patrimônio Cultural e institui o Fundo Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural de Tubarão. O objetivo é criar formas de manter e preservar o patrimônio cultural e histórico existente na cidade.
O projeto foi aprovado na Câmara de Vereadores na última segunda-feira, em regime de urgência, após a extensa discussão gerada pela possível retirada da locomotiva 53 do acervo do Museu Ferroviário de Tubarão.
O texto prevê que o conselho municipal seja formado pelo secretário municipal de Educação, por um servidor lotado na Gerência de Cultura, e por mais cinco membros da comunidade que demonstrarem interesse pela preservação da cultura local. Segundo a prefeitura, o professor Mário Cardoso, presidente da Fundação Municipal de Educação, será o presidente desse conselho, e vai lançar um edital de convocação para que os membros da comunidade sejam escolhidos.
Os membros do conselho serão nomeados por decreto para um mandato de três anos. Nos processos, eles poderão ouvir a opinião de especialistas ou representantes da comunidade de interesse do bem em análise. “De forma geral, essas pessoas vão analisar os pedidos de inscrição de acervos no patrimônio cultural de Tubarão. Cada pedido será avaliado pelo prefeito e seguirá para o conselho. Sendo aprovados, os bens materiais ou imateriais serão inscritos no livro do tombo, no qual estarão listados os patrimônios do município”, explica o vereador Maurício da Silva.
Ainda segundo o vereador, a criação do Fundo Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural faz com que o município se comprometa a arrecadar recursos para a manutenção do acervo aprovado pelo conselho. Isso porque um dos itens do projeto prevê que os bens tombados deverão ser conservados e, em nenhuma hipótese, poderão ser demolidos, destruídos ou mutilados, devendo aos bens naturais ser assegurada a normal evolução dos ecossistemas.
“Podem ser recursos do município, Estado ou federal. Por exemplo, quando for votada a lei de diretrizes orçamentárias para o próximo ano, a prefeitura já pode prever um valor para ser investido nesse fundo de proteção cultural”, conta Maurício.
Conforme informações do Jornal Diário do Sul