Levantamento definitivo deve ser concluído até a próxima segunda-feira. Até ontem, apontou-se que pelo menos R$ 300 milhões serão necessários para a infraestrutura, e outros R$ 309 milhões por inatividade dos negócios.
O rombo foi mesmo grande. Claro que o maior prejuízo para nós, tubaronenses, foi a perda da vida de Maria Clara de Souza, após uma árvore atingir o carro da família no bairro São João (durante a tempestade do último domingo). Ontem, o secretário de Desenvolvimento Econômico da prefeitura de Tubarão, Clair Teixeira de Souza, informou ao prefeito Olavio Falchetti – PT, o valor preliminar do tamanho do estrago que os ventos de até 220 km/h causaram no setor empresarial de Tubarão: R$ 609 milhões, o que equivale a 20% do Produto Interno Bruto – PIB do município.
Quase a metade deste montante, segundo Clair, tem a ver com a infraestrutura afetada. Estima-se que 5,6 mil empresas tiveram algum tipo de prejuízo estrutural. Cerca de 3,38 mil foram danos de até R$ 5 mil. Sem contar que das oito mil empresas registradas em Tubarão, 90% sofreram com a falta de energia elétrica, especialmente restaurantes e minimercados.
Outros R$ 309 milhões (capital de giro) seriam reflexo de um cálculo do tempo que a atividade econômica deixará de ser exercida, fruto do trabalho de reconstrução. Em somente um galpão, o gasto estimado chega a R$ 30 milhões, e a espera para ser reerguido pode ser de até três meses. “Em muitos casos, a reconstrução exige materiais que não se encontram aqui e demoram para chegar”, explica Clair.
Por meio da Associação Empresarial de Tubarão – Acit, os donos das oito mil empresas já foram orientados a devolveram, até amanhã, um questionário de perdas, para confirmar os números. A ideia é que até a próxima segunda-feira os dados já estejam inseridos no Formulário de Informação de Desastre, do Ministério da Integração Nacional.
Perdas no campo
No meio rural, as perdas são igualmente impressionantes. Estima-se que 150 galpões caíram nas propriedades agrícolas. Adubos, sementes e máquinas elétricas perderam-se com as chuvas.
Poucos animais morreram e, como a suinocultura e a avicultura ficaram mais afastadas do eixo dos ventos, os estragos foram menos piores.
Mais 2 cidades devem decretar situação de emergência
Pescaria Brava foi a quarta cidade da área de abrangência da Amurel a decretar situação de emergência. Ontem, o prefeito Antônio Honorato (PSDB) assinou o decreto n° 211. Situação semelhante é estudada por Imaruí e Pedras Grandes, principalmente devido a avarias em telhados e quedas de postes de energia elétrica, entre outros danos. A Defesa Civil estadual participou da avaliação dos estragos e orientou sobre os procedimentos.
Hoje, às 17 horas, na Associação Empresarial – Acit, o secretário da ADR de Tubarão, Nilton de Campos, e o prefeito Olavio Falchetti – PT, devem receber o presidente do Badesc, José Cláudio Caramori, que detalhará as condições do banco para a liberação de uma linha de crédito especial para auxiliar as empresas destruídas pela tempestade do último domingo.
A Acit se antecipou. Nesta terça-feira, a entidade já orientou o empresariado a registrar, com urgência, ocorrência na Defesa Civil de Tubarão com o cartão CNPJ, ou documento com memorial descritivo informando os danos financeiros ocorridos em termos estruturais e lucro cessante.
Com informações do Jornal Notisul