O campeão de vítimas deste primeiro lote é o km 19, da SC-401, rodovia principal que liga as praias da região Norte de Florianópolis.
Curvas e trevos são os grandes vilões dos motoristas em Santa Catarina, segundo um levantamento feito pela Polícia Militar Rodoviária (PMRv) que apontou 127 trechos mais perigosos das rodovias catarinenses. Esses trechos são responsáveis por 70% de todos os acidentes ocorridos nos últimos seis anos. Eles integram o SOS Rodovias, programa do governo estadual que pretende recuperá-los até 2014.
Para o primeiro lote de obras foram escolhidos 17 trechos, os mais críticos de cada região. Eles apresentam alto índice de Unidade Padrão de Severidade (UPS), unidade utilizada pela polícia para determinar o perigo da via de acordo com o número, o tipo de acidentes e o tamanho da rodovia. As obras de nove deles devem iniciar em maio com prazo de 150 dias para entrega. Para os oito restantes, o processo de licitação ainda está aberto sem data para começar.
Das correções, 64% delas são destinadas a melhorar curvas e 36% trevos e rótulas defeituosas. O objetivo da Secretaria Estadual da Infraestrutura, de acordo com o secretário da pasta, Valdir Cobalchini, é diminuir o número de acidentes eliminando os defeitos das rodovias. Assim, para não se tornar uma vítima, o motorista passaria a se preocupar somente com suas ações como manter a velocidade permitida, usar o cinto de segurança, não falar ao celular entre outras atitudes defensivas e não mais com as condições da pista, do trevo ou da curva.
Destes 17 pontos que serão atacados primeiro, quatro registraram mais de 10 acidentes em 2011. Dos quatro, em três deles os motoristas colidiram em trevos com entradas descoordenadas ou sem sinalização e tiveram apenas danos materiais ou pequenos ferimentos. Mas foi em curvas perigosas, que morreram três das quatro vítimas de 2011 nestes trechos.
O campeão de vítimas deste primeiro lote é o km 19, da SC-401, rodovia principal que liga as praias da região Norte de Florianópolis. No trecho, o número acidentes é 25 vezes maior do que a média dos outros 16 pontos. Foram 250 acidentes, 75 feridos e duas vítimas fatais em 2011. É também neste ponto onde está o maior investimento, R$1,1 milhão dos R$ 3,3 milhões do primeiro lote.
Os recursos nesta primeira fase do programa serão destinados, em sua maioria, à sinalização e equipamentos de segurança como as defensas metálicas (guard-rail). Na SC-453, do km 6 ao 10 — entre Lebon Régis e Fraiburgo — por exemplo, dos R$ 157 mil de investimento, R$ 115 mil será utilizado na compra destas defensas.
A Secretaria Estadual da Infraestrutura ainda não tem previsão de quando abrirá licitação para o segundo lote e por quais trechos ele será formado. Um dos motivos é a falta de recurso. Para que eles saíam do papel, o governo aguarda a liberação de R$ 40 milhões de um convênio com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Diário Catarinense