Política

Prefeito eleito fala sobre o futuro de Bom Jardim da Serra

Foto: Sul in Foco

Foto: Sul in Foco

A Eleição Municipal 2016 de Bom Jardim da Serra ficou marcada principalmente pela atuação da Justiça Eleitoral. Apenas uma chapa com registro deferido estava apta para a disputa ao pleito. Com 1.518 votos, Cristiano Cardoso da Silva (PSD) e Luis Carlos da Silva (PMDB), o Didio, da coligação “Renovação e Mudança” (PP/PT/PMDB/PSD), foram eleitos para governar o município de Bom Jardim da Serra durante o próximo mandato.

Cristiano concedeu uma entrevista ao Portal Sul in Foco e falou sobre a realização da campanha, sobre o processo de transição e sobre a relação com o atual prefeito, com o governador de Santa Catarina, com senadores e com deputados federais e estaduais. Além disso, o leitor poderá conferir abaixo quais as principais reivindicações por parte da população e as primeiras ações planejadas pelo futuro chefe do Poder Executivo.

Qual o balanço da campanha eleitoral realizada neste ano?

Estou muito contente porque eu fiz uma campanha pautada na legislação vigente. Sendo assim, estou contente porque a lei realmente foi aplicada. Tínhamos uma coligação ampla em Bom Jardim da Serra, mas, desde o início, prezamos por trabalhar dentro da lei, tanto que saímos vitoriosos neste pleito.

Como você avalia a atuação da Justiça Eleitoral na eleição municipal de Bom Jardim da Serra?

Gostaria de parabenizar a Justiça Eleitoral, que fez um trabalho imparcial. O atual prefeito lançou-se candidato a prefeito, mas, na realidade, ele não poderia ser candidato, pois já foi condenado, transitado e julgado. A Justiça Eleitoral impugnou a candidatura no dia 11 de setembro e eles, infelizmente, trocaram a chapa, indicando Serginho para prefeito e a esposa de Edelvânio para vice-prefeita. Contudo, sabemos que, legalmente, isso é impossível. O Serginho havia assumido como prefeito há dois meses e a lei é bem clara: o candidato não poderia ter assumido o cargo de prefeito nos seis meses que antecederam o pleito eleitoral. Além disso, a esposa dele, Priscila, está impedida pela Constituição Federal, de 1988, porque a esposa do atual prefeito não pode ser candidata a prefeita, a vice-prefeita e tão pouco a vereadora.

Como está o processo de transição?

Na segunda-feira, fui tentar falar com o atual prefeito, mas ele não me atendeu. Inclusive, pediu para que eu me retirasse da prefeitura. Eu disse a ele que, dali, ninguém me retirava porque eu sou um cidadão bomjardinense e o prefeito eleito. Todos sabem que a Prefeitura é um órgão público.

Durante a campanha eleitoral, quais as principais reivindicações da população ouvidas por você e sua equipe?

Nós visitamos os quatro cantos do município e as reivindicações são muitas. As pessoas pedem por estradas, saúde, educação, investimentos em turismo, assistência social, esgotamento sanitário. Nós fizemos este levantamento para que pudéssemos elaborar o plano de governo, que foi baseado e pautado nessas reivindicações.

Quais os planejamentos e prioridades?

Primeiramente, nós iremos assumir a prefeitura e fazer o nosso papel na transição de governo. Nós precisamos saber em que estado a prefeitura se encontra porque falam que existe uma dívida de R$ 2,5 milhões. Sendo assim, iremos ficar a par disso para criarmos um planejamento com base nesta realidade.

Quais as ações planejadas para explorar o potencial turístico do município?

Precisamos fazer investimentos urgentes no turismo. Eu tenho o apoio integral do governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, de senadores e de deputados federais e estaduais. Há vários projetos do Governo do Estado em andamento, inclusive, para a repaginação do mirante da Serra do Rio do Rastro e para a ferradura que será instalada próximo ao mirante também. Temos várias ideias voltadas ao turismo, mas primeiro vamos sentar com as pessoas que estão vivendo do turismo e que entendem do assunto para realizar um planejamento mais eficaz para os próximos anos de mandato.

E em relação às festas ExpoBom e Carnaval?

Quando fui presidente do Clube Bonjardinense, eu tive a felicidade de ser no ano em que completavam-se 100 anos de fundação. Eu fiz o maior Carnaval que a região serrana já viu e fiz uma festa centenária do clube, relembrando as famílias dos ex-presidentes, os ex-presidentes vivos, os ex-reis momos, ex-rainhas. Enfim, as pessoas envolvidas. Eu tive a felicidade de realizar um evento muito bonito. No próximo ano, Bom Jardim da Serra completa 50 anos de fundação político-administrativa. Para mim, é um orgulho ser prefeito neste período porque eu quero retomar o Carnaval. Fui eu quem idealizou o carnaval de rua no município e a atual administração não deu continuidade. Da mesma forma, a ExpoBom. Uma festa que leva o turista e, consequentemente, dinheiro para Bom Jardim da Serra, mas que a atual administração deixou de lado. Precisamos reformar o parque de exposição e fazer uma grande festa, porque Bom Jardim da Serra merece. Não irei usar o dinheiro da Prefeitura para isso. Vou buscar dinheiro fora e tenho certeza que conseguirei.

Na área de geração de empregos, o que se pode destacar?

A maior fonte de empregos em Bom Jardim é a fruticultura. Porém, é sazonal. Sabendo que as pessoas não têm emprego durante todo o ano, procuraremos atrair empresas para o município. Mas, acredito, ainda assim, que focaremos principalmente no turismo. Tenho certeza que, com o crescimento do turismo, os empregos serão gerados automaticamente. Há até pouco tempo, não tínhamos muitos hotéis, churrascarias e restaurantes. Atualmente, é diferente. Mas, a partir da nossa administração, haverá investimentos no turismo visando a geração de emprego.

Qual área é o foco da administração?

Precisamos investir em todas as áreas de forma paralela. É possível fazer isso. O que precisamos é de recursos. Estou indo para Florianópolis nesta quinta-feira para conversar com o governador do estado para trazer recursos para todas as áreas que necessitam de investimento em Bom Jardim da Serra.

Qual a relação com os vereadores eleitos?

Estou muito satisfeito, pois conseguimos fazer a maioria na Câmara de Vereadores. Sabemos que é muito importante a afinidade entre o Poder Executivo e o Legislativo porque um não trabalha sem o outro. Já conversei com alguns vereadores da oposição e falei que a minha intenção é que façamos um trabalho com muita união e em prol de Bom Jardim da Serra.

Como será o trabalho junto ao vice-prefeito?

Tenho só a agradecer ao Didio e à família dele. São pessoas batalhadoras, que gostam de Bom Jardim. Ele já foi vereador da cidade por três mandatos e atuou de forma efetiva. Tenho certeza que essa parceria só terá a somar.

Os secretários já estão definidos?

Ainda não, porque é um compromisso político que eu tive de não oferecer cargo político para ninguém. Confesso que, até o momento, não pensei em ninguém. A partir da próxima segunda-feira, começaremos a pensar nos nomes. A população pode ter certeza que serão pessoas honestas, que gostam de Bom Jardim e que querem trabalhar para a nossa cidade.

Como você descreve a sua forma de governo?

Será uma forma transparente e dentro da lei. Como candidato, eu contava com uma equipe formada por 15 advogados porque eu sei que a legislação está muito rígida e dou os parabéns à Justiça por isso. Dentro do Poder Público, precisamos de pessoas competentes, sérias e honestas.

A crise financeira trouxe muitos desafios aos prefeitos em exercício. Quais as estratégias para superá-los?

Primeiramente, iremos tentar um diálogo com a atual administração. Sei que é difícil, mas vamos ficar a par da situação e verificar se realmente a prefeitura possui uma dívida estimada em aproximadamente R$ 2,5 milhões. Sabemos que isso é inadministrável, mas vamos trabalhar para trazer investimentos do Governo Federal e Estadual para que possamos sanar essas eventuais dívidas e para que possamos investir no município.