Situação de contratos e convênios na prefeitura e, qualidade da água consumida pela população chamaram a atenção dos administradores no início do mandato
O prefeito Jaimir Comin, ao lado do vice Rodrigo Fenilli, o Birilo, apresentaram nesta segunda-feira (30) dados sobre a situação financeira, estrutural e organizacional da prefeitura de Treviso. O encontro contou com a presença de lideranças da cidade e público em geral. Na oportunidade, os gestores detalharam a situação de cada setor e apontaram soluções para os problemas.
Entre os fatos, destaque para a “desorganização de contratos e convênios” e a qualidade da água que a população estava consumindo, segundo os gestores. “Identificamos uma grande desorganização no convênios e contratos firmados com empresas para a execução de serviços. Além disso, herdamos uma dívida de aproximadamente R$ 770 mil, oriunda de encargos pendentes do ano passado, como FGTS e INSS. Começamos o ano de imediato pagando parte desses dividendos”, destacou o secretário de administração Wagner Rodrigues.
O prefeito Comin se diz surpreso com a situação encontrada. “Nos entregaram uma pasta em mãos e nada constava do que recebemos. Férias, INSS, FGTS, energia e até a conta do telefone ficou para a nossa gestão pagar. Já regularizamos parte desta dívida e pagamos aproximadamente R$ 200 mil nos últimos dias”, relatou.
De imediato, algumas medidas foram tomadas para resolver a situação e outras estão em estudo, conforme o secretário Wagner. “O cadastro imobiliário está desatualizado, não há nota fiscal eletrônica, serviço web para emissão de alvarás, certidões e carnês de IPTU. Vamos reverter toda esta situação e, inclusive, incentivar novos investidores”, lembra.
Internamente, a prefeitura de Treviso realizou a diminuição de horas extras, funções gratificadas, contratos, renegociação de contratos existentes e centralização do setor de compras da prefeitura. Em contrapartida, houve o aumento do expediente interno.
Apoio e ações
O presidente da Câmara de Vereadores, Rodrigo Nava, o Guigui, salientou que o Poder Legislativo contribuirá nas ações a serem tomadas para o desenvolvimento da cidade. “Começamos o ano com alguma dificuldades, mas vamos procurar dar respaldo as decisões do Executivo. Quanto às irregularidades, responsabilizaremos as pessoas certas”, afirma.
Durante a discussão e explanação ao público das ações, o presidente do Instituto Alouatta, Paulo Cadallóra, lembrou da importância do investimento no setor turístico da cidade. “O turismo é uma indústria limpa e precisa ser trabalhada. Treviso é o único município que tem o inventário turístico do Sul do Estado. Já conversei com os gestores para atualizar o documento e colocar à disposição de futuros investimentos. O turismo impacta nos negócios e saber que tipo de indústria a cidade quer é de extrema importância”, enaltece Paulo.
Já o prefeito Comin, se diz sensibilizado com o setor que estará integrado junto à secretaria de Industria e Comércio que já está criada. “Sabemos que é uma indústria esquecida e precisa ter uma posição futura. Não é só vocação, tem que ter ação e trabalhar em conjunto”, lembra.
E o momento é de organização, segundo Comin. “Vamos organizar a casa. Nossa população tem que ter água de qualidade, estradas trafegáveis, sendo que hoje as quatro barreiras que temos estão irregulares, mas deixaremos em dia esta situação. Já realizamos pedidos e vamos continuar pressionando os deputados para a liberação de emendas e, a partir do segundo semestre, avançarmos de forma efetiva, inclusive com o novo secretário da pasta de indústria e comércio”, destaca Comin.
Água imprópria para consumo
A água fornecida para o consumo humano à população do perímetro urbano estava comprometida. O assunto foi discutido durante a explanação e apresentado detalhes de como acontecia o tratamento e distribuição da água, em especial no ponto de captação localizado próximo a comunidade de Rio Ferreira. “Abandono total na caixa de captação de água, inclusive com o laboratório de análise. A água não estava sendo clorada adequadamente e comprometia o consumo humano”, explanou o diretor do Samae, Anderson Pagani.
Um relatório de análise do Laboratório Central do Governo do Estado – LACEN, realizado em dezembro de 2016, comprovava a afirmação. No documento encaminhado à Vigilancia Sanitária do município, fica evidente a irregularidade apontada e, inclusive, a presença de bactérias nocivas ao ser humano em outro ponto analisado, neste caso na comunidade de Santa Cruz. (veja documento a seguir)
“Estamos regularizando a situação da caixa de captação. Um químico realizará análises contínuas de duas em duas horas, além de limparmos os reservatórios filtrantes. Será necessário programar com os moradores uma interrupção no fornecimento para uma limpeza geral no reservatório”, afirma o diretor.
Por outro lado, o projeto de uma fonte de captação de água deverá ser concretizado. “A intenção é captar água na comunidade do Guanabara. A Carbonífera Metropolitana confeccionou este projeto de aproximadamente R$ 2,5 milhões e está parado. Buscaremos recursos junto a Funasa para a construção deste centro de captação”, enfatiza o prefeito Comin.
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