Em tempos de reajuste na conta de luz, a busca por energias renováveis ganha destaque em Santa Catarina
Em tempos de reajuste na conta de luz, a busca por energias renováveis ganha destaque. Em Santa Catarina, investimentos na ordem de R$ 3,5 bilhões miram o Sul do Estado como uma região com potencial para a geração eólica.
Com capacidade de produzir 1.268 MW por ano, o que poderia atender a uma população de 3 milhões de habitantes, algo como Recife e Porto Alegre juntas, duas empresas miram a construção de parques eólicos em Laguna.
Potencial em Santa Catarina poderia ser melhor aproveitado
Hoje, a geração da energia a partir dos ventos no Estado está concentrada em Água Doce e Bom Jardim da Serra, no Oeste e na região Serrana, onde estão localizados os 15 maiores parques. Mas é no Sul onde atualmente os ventos sopram com mais força.
Estudos e projetos são desenvolvidos há pelo menos cinco anos, mas, desde 2013, esbarram em entraves burocráticos e licenciamentos ambientais.
– Nosso entrave nesse projeto é a licença ambiental que estamos aguardando da Fatma desde janeiro de 2013 – diz Rodrigo Nereu dos Santos, sócio-fundador da RDS Energias Renováveis, com sede em Florianópolis.
A RDS Energias Renováveis tem quatro projetos no Estado. Além do Complexo Eólico Lagunar, em Laguna, há projetos em Imaruí, Bom Jardim da Serra e Água Doce.
O de Laguna é o maior deles, com 568 MW de potência e investimento previsto de R$2,4 bilhões. A intenção é construir 249 turbinas eólicas em uma área de 5 mil hectares.
O projeto tem parceria com os investidores de Urussanga e Blumenau. Na região estão instaladas duas torres anemométricas, de 100 e de 120 metros de altura, que medem o vento há mais de 4 anos. Nos demais projetos os investimentos são na ordem de R$ 360 milhões.
A Consult Engenharia, de Porto Alegre (RS), também está a frente de projeto para instalação de cinco parques eólicos em Laguna. O diretor Leo Riffel explica que há pelo menos cinco anos desenvolve estudos e medições do vento e a expectativa é instalar aproximadamente 70 torres em diversas áreas arrendadas.
O investimento previsto é em torno de R$ 800 milhões, com potencial de 700 MW por ano, o que corresponde a uma cidade com 1,2 milhão de pessoas.
Riffel explica que exigências e etapas devem ser cumpridas em um tempo mínimo detrês anos para medição dos ventos na região, além do projeto de engenharia, licenças ambientais e questões fundiárias. A expectativa é participar do leilão de energias da Aneel em novembro e colocar o parque em operação no segundo semestre de 2017.
Preocupado com a demora para liberação, o prefeito de Laguna, Everaldo dos Santos, esteve reunido com a Fundação do Meio Ambiente (Fatma) para cobrar agilidade nos processos. De acordo com ele, até 15 de agosto, o órgão deve se manifestar.
– O grande entrave hoje é a liberação das licenças ambientais. Estes projetos vão gerar cerca de 2,5 mil empregos diretos durante a execução e cerca de 400 na operação – estima o prefeito.
De acordo com a Fundação do Meio Ambiente (Fatma), o Complexo Eólico Lagunarcomeçou a ser analisado em janeiro de 2013 e ainda não tem previsão para a conclusão. Em nota, a assessoria do órgão informou que ambos os complexos eólicos ficam dentro daÁrea de Proteção Ambiental Baleia Franca, de competência federal, o que deixa a análise mais minuciosa. A Consult Engenharia tem a licença ambiental prévia (LAP) e aguarda informações do Iphan.
Colaboração: Diário Catarinense