Os detalhes da morte brutal da Caroline Ghizoni Slachta, ocorrida na manhã de quinta-feira (8), em Morro da Fumaça, foram elucidados pela polícia essa noite, em entrevista coletiva para a imprensa, na Divisão de Investigações Criminais – DIC. O homicídio da jovem de 18 anos abalou toda a região e foi confessado pelo vizinho da vítima, G.P.F.P, por volta do meio dia.
Já visto como suspeito pelos investigadores e familiares, depois de ter sido intimado a comparecer à delegacia, o homem se apresentou como o autor do homicídio. Conforme o delegado titular de Urussanga, Marcelo Vianna, o rapaz não teria aguentado a pressão das investigações, que vinham ocorrendo desde o momento em que a moça foi encontrada pelo avô por volta das 8h, em Estação Cocal.
De acordo com o depoimento, o autor confesso teria usado cocaína durante toda a madrugada e diz ter entrado no local para furtar algo com intuito de vender. “Ele chegou em casa mas queria usar mais drogas. Então, ele entrou na casa, que estaria com a porta aberta, para subtrair algum objeto para vender e conseguir mais droga. Ao se deparar com a menina, em um ato de desatino, cometeu o homicídio”, relata Vianna.
G.P.F.P. não recorda quantas facadas teria dado na menina, nem se a havia estuprado. O material genético da vítima já foi coletado na manhã de quinta-feira pelo Instituto Médico Legal – IML e, em aproximadamente um mês, trará um resultado sobre a questão. Ainda conforme o depoimento, o homem havia furtado o celular da vítima e também uma chave, que a polícia não responde ser a da casa, a qual a mãe de Caroline deixava em um esconderijo para a filha.
Junto com a faca do crime, o rapaz se desfez dos objetos ao arremessá-los em um rio. Outros detalhes da cena do crime foram detalhados pelo delegado. “Devido à brutalidade do homicídio, ele resolveu tomar banho na casa da vítima para se limpar do sangue”, acrescenta. Conforme o Delegado Regional de Criciúma, Jorge Luiz Koch, o homem já havia sido internado cinco vezes em clínicas de reabilitação. “Percebemos mais uma vez como a droga é grande responsável por crimes como este, é ela quem causa a desgraça em nossa comunidade”, enfatiza Koch. Próximo das 20h, o autor do crime foi encaminhado da DIC para o presídio Santa Augusta, depois de ter a prisão preventiva delegada. Para a imprensa, não proferiu nenhuma palavra, apenas chorou.
Investigações em aberto
Devido às contradições no depoimento do detido, a investigação segue em aberto e dependerá de uma definição do juiz se for condenado por estupro ou latrocínio, ou de um julgamento popular no caso de homícidio. A polícia continuará coletando depoimentos e aguardará o resultado do IML. “A promotoria avaliará a análise dos laudos que irá confirmar ou não o estupro e a pena dele irá depender desta avaliação. Será feito cruzamento com o material genético dele e da vítima, que lutou bravamente pela vida”, afirma. Um inquérito civil, que tramita sobre o acusado, declara que ele já haveria cometido outro estupro. Na ocasião anterior, foi cometido contra uma cunhada. O homem é casado com uma colega de trabalho da mãe de Caroline e tem uma filha pequena com ela.
Passeata por Caroline
Uma passeata da paz está sendo organizada por familiares e amigos de Caroline. O ato deverá acontecer no próximo sábado (17) ou domingo (18), em Estação Cocal. “Não tínhamos muito contato com ele, fomos fazer algumas coisas só depois do ocorrido. Vamos acompanhar bem de perto a investigação”, ressalta o familiar, Renato Machado Alves. Bastante emocionado, o tio de Caroline, Marcelo Ghizoni, afirmou ter tentado ouvir algumas palavras do rapaz. “Ele não disse nada sobre o que fez com nossa família. Eu disse um monte de coisas para ele, para ver se ele tinha alguma reação. É uma pessoa sem sentimentos e sabemos que não podemos fazer nada. Ela (Caroline) era uma pessoa do bem, nunca imaginamos que isso poderia acontecer”, diz.
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