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Polícia Civil conclui inquérito e latrocidas são indiciados, em Criciúma

Foto: Divulgação DIC

Foto: Divulgação DIC

A  Divisão de Investigação Criminal – DIC de Criciúma encerrou nesta sexta-feira o inquérito policial do roubo que resultou na morte do extrusor Gerci Luiz Maccari, de 57 anos, na noite do último domingo no Centro de Criciúma. Maccari foi alvejado com dois tiros à queima-roupa, quando saía da casa da namorada, na Rua Domingos Bristot.

Antônio Wanderley dos Santos Júnior, de 20 anos, e Lucas Soares Fragoso, de 19 anos, que é autor confesso dos disparos que mataram a vítima no assalto, foram indiciados por latrocínio (roubo com morte), a maior pena do Código Penal, com sentença que pode chegar a 30 anos de reclusão.

Além disso, também foi realizado o indiciamento por porte ilegal de arma de fogo. De acordo com a investigação, Fragoso invadiu o veículo da vítima pelo lado do caroneiro, de onde efetuou os disparos em seguida. Ele e o comparsa jogaram, então, o corpo de Maccari na via, paralelo a um meio-fio, e fugiram com o Fiesta. Além do veículo, foram apreendidos, no dia seguinte, cerca de 12 horas depois do crime, dois celulares da vítima. Maccari trabalhou por 22 anos na Canguru Embalagens, em Criciúma, e morava no Balneário Rincão. Ele deixou um casal de filhos.

Conforme o coordenador da DIC e responsável pelo inquérito do latrocínio, delegado André Milanese, o procedimento será enviado ao Fórum na segunda-feira. Em seguida, o inquérito será analisado pelo Ministério Público – MP, que pode oferecer denúncia ou solicitar mais provas à Polícia Civil. Em caso do oferecimento da denúncia por parte do MP, o procedimento é enviado ao Poder Judiciário, que, se aceitar, dá início ao processo criminal transformando os então denunciados em réus, e marcando a primeira audiência de instrução e julgamento.

Trabalho concluído antes do prazo

Segundo Milanese, o inquérito policial está bastante embasado, com provas que confirmam a autoria, além da confissão. Com isso, a sentença pode sair ainda neste ano. O prazo para conclusão de inquérito policial, quando o(s) investigado(s) já está preso, é de dez dias, ou seja, neste caso a DIC finalizou na metade do tempo previsto.

"Não ficamos somente na confissão deles, como confirmamos as provas bem robustas que apontam os autores. Encaminhamos alguns procedimentos ao Instituto Geral de Perícias – IGP, que ainda não foram concluídos, mas isso em nada irá interferir. Dentre eles a perícia da arma apreendida, com a comparação dos projéteis, e o veículo da vítima, com análise de impressão digital. O restante está tudo devidamente relatado com imagens, tanto do local do crime como do momento da prisão de um deles em posse do veículo, já que havia câmeras de segurança na localidade", detalha a autoridade policial.

Ainda foi relatada no inquérito a apreensão das roupas da dupla, principalmente moletons, usados no dia do crime, assim como uma mochila. Dentre as testemunhas ouvidas, moradores de prédios vizinhos de onde ocorreu o latrocínio e outra testemunha que viu o veículo com manchas de sangue em uma sinaleira logo após roubo.

Inquéritos de outros crimes ocorrem em paralelo

Com a prisão da dupla, não somente o latrocínio foi elucidado na esfera policial como outros crimes também foram esclarecidos, sendo que os inquéritos ocorrem em paralelo. Um deles foi um latrocínio tentado, onde o vigia de uma farmácia, no Bairro Próspera, foi alvejado com seis tiros, na noite do dia 11. Antes disso, o motorista de um Sandero, veículo usado no roubo ao estabelecimento comercial, foi abordado pelos dois criminosos nas proximidades do Corpo de Bombeiros, nos arredores também onde ocorreu o latrocínio consumado. Na ação, o condutor foi agredido com coronhadas na cabeça.

A Polícia Civil também chegou à autoria do assalto a um pedestre, um idoso de 75 anos, que também foi agredido no roubo, no Bairro Pinheirinho. Um cartão de banco e um CPF da vítima foram encontrados na casa de um parente de Fragoso, onde ele foi preso em posse da arma usada no crime e dos celulares de Maccari.  Inclusive, após o latrocínio, eles ainda rondaram a cidade com o objetivo de efetuar outro assalto que rendesse dinheiro em espécie, mas não encontraram nenhum estabelecimento. Eles motivaram a prática dos crimes alegando "dificuldades financeiras".

Criminosos seguem no Santa Augusta

A dupla segue no Presídio Santa Augusta. Eles foram presos no Bairro São Marcos, pela Polícia Militar, na segunda-feira, após denúncias. Fragoso e Júnior foram submetidos a uma Audiência de Custódia no início da tarde do dia seguinte no Fórum, sendo encaminhados ainda naquela tarde à unidade prisional. No procedimento no Fórum, a juíza da 2ª Vara Criminal de Criciúma, Débora Driwin Rieger Zanini, converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva. A Defensoria Pública chegou a alegar na Audiência de Custódia que a prisão foi ilegal, por não estar nos moldes do "flagrante", o que não foi de entendimento da magistrada.

"Não vejo que 14 horas (lapso entre o crime e a prisão dos suspeitos) extrapole a intenção do legislador ao redigir, mormente porque houve buscas incansáveis e ininterruptas pela Polícia desde o momento da consumação do crime até o encontro dos conduzidos, ambos na posse de objetos roubados da vítima fatal, acrescentando-se, por oportuno, a confissão realizada pelos dois flagrados à autoridade policial", constou Débora nos autos, onde ainda caracterizou o fato "como um crime violentíssimo, que chocou a cidade de Criciúma e que ceifou covardemente a vida de um ser humano".

Com informações de Talise Freitas / Clicatribuna