Após nove meses de intensa análise e mais de três mil páginas de documentos produzidos, descobriu-se que os empresários causaram um prejuízo estimado em quase 19 milhões de reais aos compradores
A Polícia Civil de Santa Catarina, através da 1ª Delegacia de Polícia da Comarca de Araranguá, concluiu nesta sexta-feira, 10, as investigações referentes às vendas em multiplicidade de lotes no município de Araranguá. Os 23 indiciados do inquérito foram apontados nos crimes de parcelamento irregular do solo urbano, estelionato, exercício ilegal da profissão e contravenções contra as incorporações imobiliárias.
Segundo apurado, um casal de empresários, sócios-proprietários de uma incorporadora do município, auxiliado por familiares, entre os anos de 2016 a 2022, teria firmado contratos de parceria com proprietários de terrenos de Araranguá, visando a implementação de oito loteamentos.
Segundo o Delegado Bruno Sinibaldi, responsável pelo caso, os indícios trazidos apontaram que, sem o devido registro no cartório de imóveis competente, bem como sem a finalização do projeto perante a municipalidade, passaram a vender, mediante a amostra de mapas, diversas frações desses terrenos e de forma duplicada, a vários moradores do município de Araranguá e região, na maioria das vezes, por intermédio de terceiros – corretores de imóveis e não corretores -, que, na investigação também trouxe indicativos que tinham conhecimento da irregularidade do empreendimento.
Em junho de 2022, com a descoberta da fraude, a Polícia Civil passou a investigar o caso e até o momento, após nove meses de intensa investigação e mais de três mil páginas de documentos produzidos, descobriu-se que os empresários causaram um prejuízo estimado em quase 19 milhões de reais aos compradores, mediante a venda de 347 terrenos em duplicidade à 150 compradores.
Ao final da investigação, foram identificados como diretamente envolvidos , três empresários da incorporadora e vinte corretores de imóveis, os quais também serão comunicados ao Conselho Regional do órgão.
Os indiciados do inquérito foram apontados nos crimes de parcelamento irregular do solo urbano, estelionato, exercício ilegal da profissão e contravenções contra as incorporações imobiliárias.
O inquérito foi distribuído ao Poder Judiciário para análise do Ministério Público.
Com informações TNSul