Prefeitura explicou a situação, mas o cantor Armandinho se envolveu na discussão e chegou a anunciar o cancelamento de show na região.
A informação de que um loteamento seria construído na Praia do Rosa Norte, em Imbituba, e que haveria com 117 terrenos à venda, se transformou em polêmica que ganhou a internet.
O assunto chegou até o cantor Armadinho, que decidiu cancelar a sua participação no Festival Nacional do Camarão, em Imbituba. A informação do cancelamento do show foi confirmada pelo próprio cantor nesta sexta-feira (24), após compartilhar o abaixo-assinado na internet.
A beleza do local já havia sido inclusive inspiração para o artista na composição da música ‘Rosa Norte’, lançada em 2002, e ele deveria retornar à cidade para uma apresentação em janeiro.
No seu perfil na web, Armandinho também compartilhou o abaixo-assinado em defesa da praia, criado por moradores e associações da região, e que em menos 24 horas já conta com quase 5 mil assinaturas.
Segundo um dos organizadores do movimento e morador de Imbituba, a ideia é impedir que a Praia Rosa Norte seja entregue à iniciativa privada.
“Eles [a prefeitura] vieram com o intuito de organizar aqui as vias e as erosões e já estavam entregando para um setor privado, que vem lutando há anos pelo fechamento do Rosa Norte”, comenta José Orlando Fogaça Júnior.
De acordo com ele, seria construído um condomínio com 117 lotes próximos à praia. “Já estava tudo acertado com Prefeitura. Isso é uma reserva, um patrimônio da humanidade que estão querendo tomar, igual a praia do lado, a da Vermelha. E ficaria tudo privado causando um dano imenso à população e ao setor econômico”, afirma.
O movimento em defesa da praia é composto pelas Associações dos Ambulantes da Praia do Rosa, dos Moradores de Ibiraquera, do Surf Praia do Rosa e Surf Ibiraquera Luz.
Prefeitura desmente situação
Questionado, o secretário do Meio Ambiente de Imbituba, Marcelo Maciel, informou que não há previsão de construção de loteamento na Praia Rosa Norte.
“Não tem projeto de loteamento nenhum. Não tem nada aprovado, inclusive, esse loteamento particular é de 1994 e está embargado. Aquela região é de área de preservação permanente (APP), não se pode construir nada”, afirma.
Segundo ele, a polêmica começou após uma solicitação do MPF (Ministério Público Federal). “Há uns 40 dias a Prefeitura recebeu um ofício do MPF com uma recomendação para que tomássemos providências em relação a questões que estavam acontecendo há alguns anos no local e eram alvo de reclamações dos próprios moradores”, comenta.
Entre elas, o estacionamento irregular nas vias laterais. A situação, segundo o secretário, causava danos ambientais, dificultava o trânsito e facilitava a atuação de flanelinhas. Para solucionar essas demandas, a Prefeitura tomou algumas medidas em conjunto com os donos do loteamento.
“Por ser uma área privada com o uso público da rua, a Prefeitura não pode colocar dinheiro e investir nisso. Então, buscamos o proprietário e o oficiamos para que cumprisse todas as exigências. Ele prontamente assinou que faria as mudanças, e juntos começamos a construir a proposta”, comenta Maciel.
A ideia, segundo o chefe da pasta, é que os proprietários do loteamento façam, além da recuperação da via, a instalação de um ‘bolsão de estacionamento’ com aproximadamente 250 vagas. Inclusive, esse bolsão terá um serviço de transporte (ir e vir) à praia.
“Todas as ações são para a preservação do Rosa Norte para melhoria tanto para o morador quanto para o turista”, completa o secretário do Meio Ambiente.
Com informações do site ND Mais